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Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

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(...) <strong>em</strong> todo o período da Idade Média, não havia representação, nada pretendia<br />

reproduzir a realidade, mas simplesmente transmitir uma mensag<strong>em</strong>, religiosa ou<br />

não. Quando com a Renascença começou-se a inventar a perspectiva e tentar<br />

reproduzir a realidade, aí foi o princípio da análise da luz (Jorna de Letras: 2004,<br />

15).<br />

Os artistas medievais representavam ideias e personagens de forma idealizada. O<br />

descobrimento das leis da perspectiva, da qual surge a representação da<br />

profundidade, propícia uma mudança no conceito de representar, já que situa o<br />

espectador ante a tela de um ponto de vista espacial. A perspectiva introduz<br />

virtualmente ao espectador no espaço do quadro, permitindo a ele fazer-se<br />

presente no mesmo. Esta imersão nas coordenadas espaciais permit<strong>em</strong> por sua vez<br />

levar o espectador de um quadro ao t<strong>em</strong>po presente da cena representada. Como<br />

assinala Ryan, esta imersão virtual chega ao seu ponto máximo com o Barroco,<br />

que atenua a distância entre o espaço físico e o pictórico, ao converter o segundo<br />

<strong>em</strong> uma continuação do primeiro (2004).<br />

Historicamente, este estado de coisas no campo da pintura se constata com o fato<br />

da ausência do retrato como género pictórico até muito tardiamente. As<br />

representações de reis, deuses e grandes personagens <strong>em</strong> pinturas, esculturas ou<br />

miniaturas refletiam seus atributos e símbolos de poder ou santidade e não seus<br />

traços físicos. Na realidade, de um modo geral, é nos finais do século XV, quando<br />

o retrato, como manifestação claramente vinculada a representação do real,<br />

começa a ter relevância.<br />

Com a evolução do conceito de representação da realidade, os ideias de imersão e<br />

interatividade, gerados por grandes pintores como R<strong>em</strong>brandt, Vermeer ou<br />

Velázquez, propiciaram aproximações e distanciamentos valorativos ao longo da<br />

história da arte. Em conseqüência, “la ilusión óptica de un espacio penetrable” nas<br />

palavras de Ryan (2004: 19), t<strong>em</strong> sofrido ao longo da história da pintura,<br />

reconhecimentos e adesões entusiastas, mas também rejeição e involuções. Assim,

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