18.06.2013 Views

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Os possíveis el<strong>em</strong>entos de influência do cin<strong>em</strong>a sobre diferentes manifestações<br />

plásticas, e <strong>em</strong> concreto sobre a pintura, são investigados a partir da análise<br />

comparativa entre pintores e cineastas. Segundo Jacques Aumont:<br />

A relação entre pintura e cin<strong>em</strong>a deveria aparecer pelo que ela é: menos uma<br />

s<strong>em</strong>elhança entre quadros e filmes do que um parentesco, às vezes longínquo e<br />

que quer se esquecer, ás vezes, ao contrário, que se procura revelar. A história do<br />

cin<strong>em</strong>a, ao menos quando ele se tornou apto a se pensar como arte, não t<strong>em</strong> todo<br />

o seu sentido se a separarmos da história da pintura; ao mesmo t<strong>em</strong>po, cin<strong>em</strong>a e<br />

pintura não representam, não visam representar o espaço, o t<strong>em</strong>po, a ficção da<br />

mesma maneira, eles não <strong>em</strong>pregam totalmente os mesmos meios (Aumont:<br />

2004, 167).<br />

A partir desta pr<strong>em</strong>issa, Aumont leva a cabo uma reflexão sist<strong>em</strong>ática sobre todos<br />

aqueles el<strong>em</strong>entos que constitu<strong>em</strong> a imag<strong>em</strong>, para ver de que modo se parece ou<br />

se diferencia seu tratamento na pintura e no cin<strong>em</strong>a: o dispositivo, a moldura e o<br />

quadro, a representação e a cena, a luz e a cor.<br />

É <strong>em</strong> termos de quadro, que Aumont afirma que se dá a maior s<strong>em</strong>elhança entre o<br />

cin<strong>em</strong>a e a pintura:<br />

(...) não há dois tipos de quadro, o pictórico e o fílmico, que seriam de naturezas<br />

diferentes, um, quadro (moldura) verdadeiro, o outro, simples máscara. Há<br />

funções do quadro, mais ou menos universais (...) diversamente atualizadas a<br />

partir de pressupostos estilísticos, eles próprios historicamente variáveis (Ibid<strong>em</strong>,<br />

123).<br />

No que diz respeito ao espaço da representação, a cena, “o cin<strong>em</strong>a é ainda o<br />

século XIX <strong>em</strong> pleno século XX” (Ibid<strong>em</strong>, 165), e ainda nas palavras de Aumont:<br />

Seja como for, a representação pertence realmente a nosso passado cultural, e não<br />

é simples compreender a sobrevivência que o cin<strong>em</strong>a oferece dela. Última das<br />

artes, último lugar onde se encena algo de uma dialética entre crença, imaginação<br />

e percepção difusa do material: última substituição do teatro na pintura. O<br />

cin<strong>em</strong>a, ou o último espaço imaginável (Ibid<strong>em</strong>, 166).<br />

Em uma entrevista para o Jornal de Letras, Grilo salienta que o cin<strong>em</strong>a é a arte<br />

que mais se opõe à pintura, mas acredita que essa oposição é extr<strong>em</strong>amente<br />

interessante, e explica:<br />

Há duas diferenças estruturais que são absolutamente claras: enquanto o pintor<br />

pode escolher o seu suporte, o tamanho, a forma da tela, vertical ou horizontal, o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!