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Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

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Ginsburg 60 por meio da noção de efeito de verdade, podendo ser pensada ainda<br />

como efeito de vida.<br />

Barthes vai priorizar a análise s<strong>em</strong>iótica do discurso explicitando as operações<br />

sobre o processo de significação realizadas pela ekphrasis enquanto um dos<br />

dispositivos de ilusão referencial. Embora se apóie <strong>em</strong> algumas observações<br />

históricas, Barthes o faz de modo menos aprofundado do que aquele apresentado<br />

por Ginsburg. Este se dedica a uma pesquisa histórica de textos envolvendo a<br />

ekphrasis de modo mais extenso e enquanto dispositivo da enargeia (impressão<br />

de vida), compondo uma amostrag<strong>em</strong> s<strong>em</strong>ântica diacrônica <strong>em</strong> que dá relevo às<br />

suas relações com as noções de autopsia (experiência direta) e parousia<br />

(presença), desde a historiografia antiga até a historiografia moderna, passando<br />

pelas relações entre retórica, oratória e poética, b<strong>em</strong> como escultura e pintura.<br />

O estabelecimento do campo conceitual necessário para auxiliar a distinção entre<br />

a acepção de história enquanto o aspecto histórico de todo acontecimento, no<br />

sentido <strong>em</strong> que todo acontecimento se dá no t<strong>em</strong>po, e a história, que então<br />

chamamos de historiografia, enquanto uma escrita, uma construção discursiva<br />

sobre os acontecimentos (sendo inclusive ela um acontecimento histórico) cujos<br />

documentos não nos chegam senão contaminados por textualizações, traz<strong>em</strong>os<br />

algumas definições oferecidas por Hutcheon.<br />

Citando Krieger, Hutcheon chama de história “a livre seqüência de realidades<br />

<strong>em</strong>píricas brutas” e, no âmbito do saber, citando Gottschalk: “O processo de<br />

examinar e analisar criticamente os registros e as relíquias do passado constitui<br />

(...) o método histórico. A construção imaginativa desse processo é chamada de<br />

historiografia” (Hutcheon, 126). O que consideramos como fatos históricos<br />

60 Ver Carlo Guinzburg, <strong>em</strong> “Apontar e Citar. A Verdade da História”, p. 91-106, <strong>em</strong> Dossiê<br />

História-Narrativa.

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