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I JORNADA DE ANTROPOMETRIA E SUAS BASES CONCEITUAIS<br />
83<br />
Todos esses fatores decorrentes das mudanças que vêm ocorrendo<br />
com as populações indígenas geram situações de insegurança alimentar,<br />
b<strong>em</strong> como a peculiaridade do perfil nutricional e epid<strong>em</strong>iológico desses<br />
povos.<br />
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E PERFIL NUTRICIONAL<br />
DA POPULAÇÃO INDÍGENA BRASILEIRA: REFLEXO DA<br />
EXCLUSÃO SOCIAL<br />
A mortalidade infantil é considerada um bom indicador das condições de<br />
vida de uma população, pois retrata a condição de saúde de sua parcela<br />
mais vulnerável – os menores de 1 ano. Em 2007, a mortalidade infantil no<br />
Brasil foi de 20 óbitos por 1.000 nascidos vivos 30 , enquanto na população<br />
indígena foi de 46,9 por 1.000. 31 Ao contrário das crianças de outras etnias,<br />
<strong>em</strong> que as causas neonatais predominam, os óbitos <strong>em</strong> menores de 1 ano<br />
entre as crianças indígenas ocorr<strong>em</strong> por causas pós-neonatais <strong>em</strong> mais da<br />
metade dos casos. 32 Infecções respiratórias agudas (IRA), diarreias e desnutrição<br />
estão entre as principais causas de óbitos dessas crianças. 33<br />
Cardoso 25 constatou que a taxa anual de hospitalização global dos<br />
Guarani, no Sul e Sudeste do Brasil, superou <strong>em</strong> 70% a taxa correspondente<br />
verificada no território nacional. O estudo revela que IRA e diarreias<br />
são as principais causam de internação entre as crianças. A an<strong>em</strong>ia<br />
<strong>em</strong> menores de 1 ano e a desnutrição chamam a atenção entre os diagnósticos<br />
secundários.<br />
Essa situação epid<strong>em</strong>iológica retrata a baixa qualidade da assistência<br />
à saúde, a falta de saneamento e a situação de insegurança alimentar<br />
e nutricional dos povos indígenas. Os indicadores d<strong>em</strong>onstram iniquidade<br />
e reflet<strong>em</strong> a exclusão social que marca historicamente a relação<br />
das sociedades indígenas com outros segmentos da sociedade nacional.<br />
Os povos indígenas apresentam uma transição epid<strong>em</strong>iológica caracterizada<br />
pela <strong>em</strong>ergência de doenças crônicas não transmissíveis<br />
(DCNT) coexistindo com altas prevalências de doenças infecciosas e<br />
<strong>para</strong>sitárias. 8,34-36