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148<br />

JORNADAS CIENTÍFICAS DO NISAN 2008/2009<br />

quarto e último lugar, porque a direção da visão é praticamente de sentido<br />

único. Quando se assiste ao Jornal Nacional, pode-se ver a Patrícia Poeta<br />

e o William Bonner, mas eles não pod<strong>em</strong> ver os espectadores.<br />

Assim, pode-se dizer que o desenvolvimento da mídia criou uma<br />

nova forma de publicidade, proporcionando, com isso, um tipo de visibilidade<br />

bastante diferente daquele tradicional de copresença. 11 Isso,<br />

s<strong>em</strong> dúvida, alterou significativamente as condições sob as quais o poder<br />

político é exercido. Foram diversos os desdobramentos dessa transformação,<br />

porém o foco principal deste capítulo não é esse, e, sim, como<br />

essa visibilidade é administrada pelos meios de comunicação e como<br />

essa administração pode entrecruzar-se com as relações de dominação<br />

existentes na sociedade atual.<br />

Os meios de comunicação pod<strong>em</strong> controlar a visibilidade de determinados<br />

assuntos de muitas formas. A principal delas é ocultando-os.<br />

Bourdieu, <strong>em</strong> seu clássico sobre a televisão, tece uma fina reflexão acerca<br />

de como esses meios ocultam muitos assuntos importantes, os quais,<br />

<strong>em</strong> suas palavras, seria preciso mostrar. Ocultam de maneira <strong>para</strong>doxal,<br />

mostrando. Mas como exatamente? Mostrando outra coisa <strong>em</strong> seu lugar<br />

ou, ainda, mostrando esses assuntos de modo que sejam vistos como<br />

algo insignificante ou como algo muito diferente da realidade.<br />

Se os meios de comunicação de massa pod<strong>em</strong> estabelecer e sustentar<br />

relações de dominação ao dar espaço <strong>para</strong> determinadas questões<br />

<strong>em</strong> detrimento de outras, como se viu, eles também pod<strong>em</strong> fazer o mesmo<br />

por meio do conteúdo veiculado por suas mensagens, isto é, configurando<br />

as mensagens de tal e tal forma, mobilizando este ou aquele<br />

sentido. Como se verá a seguir, <strong>para</strong> algumas teorias, o receptor é mero<br />

espectador passivo, que absorve indiscriminadamente o que se passa<br />

diante dele, uma espécie de receptáculo das mensagens midiáticas, esponja<br />

que tudo absorve. Muitas das primeiras teorias da comunicação<br />

segu<strong>em</strong> esse viés. Embora seu valor heurístico seja reconhecido, pode-<br />

-se crer que essas teorias são limitadas e ca<strong>em</strong> n<strong>aqui</strong>lo que Thompson 11<br />

chamou de “mito do receptor passivo”.

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