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150<br />

JORNADAS CIENTÍFICAS DO NISAN 2008/2009<br />

possu<strong>em</strong> um sentido negativo, crítico ou pejorativo”. Assim, dessa perspectiva,<br />

todo fenômeno ideológico é enganador, ilusório e/ou parcial.<br />

Quando se fala que tal discurso não é científico, mas ideológico, assume-se<br />

uma concepção crítica de ideologia. Afinal, nesse caso, o termo<br />

está sendo <strong>em</strong>pregado pejorativamente.<br />

Ao considerar o papel do contexto de produção, circulação e recepção<br />

das formas simbólicas na análise da ideologia, Thompson enfoca,<br />

s<strong>em</strong> dúvida, a participação ativa do sentido na constituição da realidade<br />

social, além de também enfocar seu caráter indeterminado, o que<br />

quer dizer que o sentido não é alguma coisa acabada, previamente determinada<br />

pela mensag<strong>em</strong> que o mobiliza, mas alguma coisa viva, <strong>em</strong><br />

negociação, que depende também dos processos seletivos de recepção<br />

descritos no tópico anterior. Com isso, o autor abre a possibilidade de se<br />

pensar as mensagens mediáticas como potenciais estruturadores das relações<br />

de dominação, ainda que as pessoas sejam receptores ativos.<br />

Mas de quais relações de dominação se está falando propriamente?<br />

De qualquer uma. Seja de gênero, de idade, de raça, de classe, etc. Afinal,<br />

outra vantag<strong>em</strong> analítica da concepção de ideologia <strong>em</strong> questão é o fato<br />

de ela não colocar a ideologia como necessariamente dependente das relações<br />

de dominação de classe. Pelo contrário, ela se caracteriza justamente<br />

por uma abertura à análise da força simbólica de outras formas de<br />

dominação, derivadas ou não das relações de produção. Com isso, pode-<br />

-se discutir ideologia na produção midiática s<strong>em</strong>, no entanto, reduzi-la a<br />

mero reflexo das estruturas econômicas e sociais. Isso decorre do fato de<br />

Thompson partir de uma teoria social que, <strong>em</strong>bora confira importância à<br />

luta de classes na análise das sociedades cont<strong>em</strong>porâneas, considera centrais<br />

também outros conflitos estruturais, não os condicionando necessariamente<br />

às contradições entre o trabalho e o capital.<br />

Se no campo jornalístico o discurso da objetividade pode ser interpretado<br />

como uma ideologia, no campo publicitário, o mesmo ocorre<br />

com o discurso acerca da criatividade. Esta é habitualmente vista pelos<br />

publicitários como uma abertura <strong>para</strong> uma potencialidade esquecida

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