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JORNADAS CIENTÍFICAS DO NISAN 2008/2009<br />
possu<strong>em</strong> um sentido negativo, crítico ou pejorativo”. Assim, dessa perspectiva,<br />
todo fenômeno ideológico é enganador, ilusório e/ou parcial.<br />
Quando se fala que tal discurso não é científico, mas ideológico, assume-se<br />
uma concepção crítica de ideologia. Afinal, nesse caso, o termo<br />
está sendo <strong>em</strong>pregado pejorativamente.<br />
Ao considerar o papel do contexto de produção, circulação e recepção<br />
das formas simbólicas na análise da ideologia, Thompson enfoca,<br />
s<strong>em</strong> dúvida, a participação ativa do sentido na constituição da realidade<br />
social, além de também enfocar seu caráter indeterminado, o que<br />
quer dizer que o sentido não é alguma coisa acabada, previamente determinada<br />
pela mensag<strong>em</strong> que o mobiliza, mas alguma coisa viva, <strong>em</strong><br />
negociação, que depende também dos processos seletivos de recepção<br />
descritos no tópico anterior. Com isso, o autor abre a possibilidade de se<br />
pensar as mensagens mediáticas como potenciais estruturadores das relações<br />
de dominação, ainda que as pessoas sejam receptores ativos.<br />
Mas de quais relações de dominação se está falando propriamente?<br />
De qualquer uma. Seja de gênero, de idade, de raça, de classe, etc. Afinal,<br />
outra vantag<strong>em</strong> analítica da concepção de ideologia <strong>em</strong> questão é o fato<br />
de ela não colocar a ideologia como necessariamente dependente das relações<br />
de dominação de classe. Pelo contrário, ela se caracteriza justamente<br />
por uma abertura à análise da força simbólica de outras formas de<br />
dominação, derivadas ou não das relações de produção. Com isso, pode-<br />
-se discutir ideologia na produção midiática s<strong>em</strong>, no entanto, reduzi-la a<br />
mero reflexo das estruturas econômicas e sociais. Isso decorre do fato de<br />
Thompson partir de uma teoria social que, <strong>em</strong>bora confira importância à<br />
luta de classes na análise das sociedades cont<strong>em</strong>porâneas, considera centrais<br />
também outros conflitos estruturais, não os condicionando necessariamente<br />
às contradições entre o trabalho e o capital.<br />
Se no campo jornalístico o discurso da objetividade pode ser interpretado<br />
como uma ideologia, no campo publicitário, o mesmo ocorre<br />
com o discurso acerca da criatividade. Esta é habitualmente vista pelos<br />
publicitários como uma abertura <strong>para</strong> uma potencialidade esquecida