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JORNADAS CIENTÍFICAS DO NISAN 2008/2009<br />
Cabe <strong>aqui</strong> uma advertência: a legitimidade de tal instituição junto<br />
aos agentes do campo pode autorizá-la a regulamentar relações e julgar<br />
conflitos entre esses agentes – questões internas, portanto. Todavia,<br />
as questões éticas mais graves envolvendo a prática publicitária não diz<strong>em</strong><br />
respeito a eventuais conflitos entre publicitários, porque a publicidade<br />
é a mensag<strong>em</strong> que atinge toda a sociedade. É com o corpo social<br />
global que o publicitário se relaciona prioritariamente; por isso, deixar<br />
aos publicitários a prerrogativa da decisão sobre os limites de sua própria<br />
atuação – na relação que mantêm com a sociedade como um todo –<br />
é desrespeitar o princípio da terceridade da justiça; é entregar as chaves<br />
do galinheiro à raposa; é presumir altruísmo e abnegação incompatíveis<br />
com o mundo da técnica, com a lógica do capital e com os rigores da<br />
competição no mercado <strong>para</strong> o qual trabalham. 2<br />
Este capítulo destaca alguns aportes científicos, apresentados no<br />
campo da comunicação, sobre os efeitos sociais da mídia – aportes que<br />
pretend<strong>em</strong> oferecer fundamento científico às reflexões sobre a eventual<br />
pertinência de um controle ou de regulamentação da atividade publicitária.<br />
RESPONSABILIDADE DA MÍDIA SOBRE O AGENDAMENTO<br />
Os meios de comunicação ag<strong>em</strong> sobre a sociedade, e o leitor sabe disso.<br />
O senso comum não se cansa de denunciar. As pessoas repet<strong>em</strong> expressões<br />
apreendidas da fala de alguma personag<strong>em</strong>, compram coisas sugeridas<br />
pela publicidade, discut<strong>em</strong> fatos noticiados pelo jornalismo, gastam<br />
t<strong>em</strong>po e energia <strong>para</strong> fundamentar suas opções de “paredão” <strong>em</strong><br />
reality shows e assim por diante.<br />
Ora, no momento de refletir sobre a mídia, nada mais normal que se parta<br />
do caso que se conhece melhor: o seu próprio. Seu apreço por Ana Maria<br />
Braga, Luciana Gimenez, Gugu, Chico Lang, Faustão, Galvão Bueno, Pedro Bial<br />
e outros ícones da telinha. Além da própria experiência, percebe-se que outras<br />
pessoas, com qu<strong>em</strong> se interage, fizeram o mesmo, acompanharam a mesma<br />
transmissão, os mesmos programas e as mesmas publicidades e, portanto,<br />
encontram-se aptas a conversar a respeito do mesmo cardápio t<strong>em</strong>ático.