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mestrado em relações interculturais - Universidade Aberta

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RELIGIÃO, ELEMENTO FUNDAMENTAL NA IDENTIDADE DO GRUPO DOS ALUNOS DO COLÉGIO ISLÂMICO DE<br />

PALMELA<br />

___________________________________________________________________________________________________________________<br />

PORTUGAL E O ISLAMISMO<br />

CAPÍTULO III<br />

A presença Islâmica, <strong>em</strong> Portugal, r<strong>em</strong>onta à fundação da nossa nacionalidade. As nossas<br />

primeiras <strong>relações</strong> culturais estão precisamente ligadas aos muçulmanos. Oliveira Marques<br />

diz”Os árabes chegaram nos começos do século VIII e com eles o segundo e último<br />

componente significativo da língua portuguesa” (1974:20). A expansão muçulmana veio ao<br />

nosso encontro, tal como a expansão portuguesa foi ao seu encontro (norte de África, Índico e<br />

Golfo). Os muçulmanos dominaram, diferentes regiões e <strong>em</strong> datas distintas, cerca de cinco<br />

séculos e meio.<br />

Com as conquistas cristãs, o domínio dos muçulmanos foi enfraquecendo. Como nos diz<br />

Oliveira Marques ”…o seu domínio efectivo sobre essa área ficou b<strong>em</strong> depressa reduzido aos<br />

territórios para sul do Mondego e depois, gradualmente, se estreitou ainda mais, al – Garb<br />

foi perdendo significado até se tornar apenas a faixa de território que constitui hoje a<br />

província do Algarve” (1974:51), sendo o seu terminus <strong>em</strong> meados do século XIII.<br />

Contudo, os muçulmanos mantiveram-se <strong>em</strong> Portugal, com um relacionamento de duas<br />

religiões e duas culturas, com a protecção dos próprios monarcas, como afirma Maria<br />

Filomena Barros:<br />

“A inserção nas Ordenações Afonsinas de um texto normativo de jurisprudência islâmica <strong>em</strong> português (…)<br />

um estatuto de protecção e de dominium sobre os “seus”mouros forros, reivindicando-se como “legítimo”<br />

sucessor dos poderes islâmicos, numa concepção bilateral, também assumida pelas próprias comunidades,<br />

elas próprias as responsáveis pela elaboração do texto” (2002:107).<br />

Os muçulmanos eram dominantes nas cidades, eles eram um veículo importante para os<br />

contactos com o mundo rural, assim como com o comércio.<br />

Na opinião de Isabel Braga “No Portugal moderno, a par da maioria cristã velha,<br />

coexistiram diversas minorias étnica-religiosas, nomeadamente judeus e mouros”<br />

MARIA EMÍLIA SANTOS 49

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