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mestrado em relações interculturais - Universidade Aberta

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RELIGIÃO, ELEMENTO FUNDAMENTAL NA IDENTIDADE DO GRUPO DOS ALUNOS DO COLÉGIO ISLÂMICO DE<br />

PALMELA<br />

___________________________________________________________________________________________________________________<br />

tornava-se difícil, deste modo, com ajuda da Mesquita Central, alugaram um espaço no<br />

Cacém, na Quinta de Mós, sendo o Centro Islâmico do Cacém, lugar de oração e congregação<br />

dos guineenses. Antes e depois da oração faz<strong>em</strong> palestras <strong>em</strong> dialecto Fula ou Mandinga. No<br />

seu dia a dia conviv<strong>em</strong> com os seus conterrâneos. Esta comunidade mantém laços muito<br />

fortes com o seu país de orig<strong>em</strong>, pensam regressar para a Guiné e tentam todos os anos,<br />

passar<strong>em</strong> as férias na sua terra. As crianças frequentam as escolas públicas, verificando-se um<br />

alto índice de insucesso escolar, segundo nos explicou Sheik Fuad.<br />

Os muçulmanos de Bangladech conjugam a identidade islâmica com a sua identidade<br />

bengali. São minoritários e considerados estrangeiros, são muçulmanos mas diferentes dos<br />

outros muçulmanos. A maioria dos bangladeshianos têm o seu local de trabalho e de<br />

residência <strong>em</strong> Lisboa, na zona da Mouraria, local ainda distante da Mesquita central de<br />

Lisboa, motivo que os levou a criar<strong>em</strong> um espaço de oração naquela zona. Contudo a<br />

Mesquita Baitul Mukarram (Martim Moniz) t<strong>em</strong> um número muito elevado de fiéis deste<br />

país, mas também se encontram outros fiéis de orig<strong>em</strong> indiana e guineense. Este espaço,<br />

independent<strong>em</strong>ente de ser religioso, marca a separação com os muçulmanos, ele é o<br />

intermediário entre o ser bengali e o ser islâmico; José Mapril considera “ Ao <strong>em</strong>ergir como<br />

um espaço de produção de uma comunidade moral entre os bangladeshianos, a mesquita do<br />

Martim Moniz cria igualmente fronteiras, cria alteridade. Ele não é apenas muçulmano, mas<br />

também bengali” (2005:870). Os sermões, nos diversos contextos islâmicos, são transmitidos<br />

na sua língua materna (bangladeshiano), reflectindo a sua identidade não só como<br />

muçulmanos mas também como bangladeshianos. Refere, ainda, Mapril “A bangla masdjid,<br />

assume neste processo uma importância central (…) enquanto comunidade moral e espaço<br />

de fronteira” (2005:870). O mesmo sucede na cidade do Porto. Estes imigrantes, trabalham<br />

no centro da cidade e faz<strong>em</strong> o seu culto à parte, num espaço na Rua do Loreto (III Congresso<br />

da APA, 2006).<br />

Poder<strong>em</strong>os concluir que a presença das comunidades muçulmanas, no Portugal<br />

cont<strong>em</strong>porâneo é um fenómeno praticamente pós – colonial. Com a adesão à Comunidade<br />

Europeia, a nossa sociedade teve e t<strong>em</strong> novos fluxos migratórios, <strong>em</strong> que é saliente a presença<br />

muçulmana. Poder<strong>em</strong>os considerar cinco períodos para a designação de “muçulmanos<br />

portugueses”:<br />

MARIA EMÍLIA SANTOS 55

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