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mestrado em relações interculturais - Universidade Aberta

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RELIGIÃO, ELEMENTO FUNDAMENTAL NA IDENTIDADE DO GRUPO DOS ALUNOS DO COLÉGIO ISLÂMICO DE<br />

PALMELA<br />

___________________________________________________________________________________________________________________<br />

identidade, através de estruturas culturais e de mecanismos (a linguag<strong>em</strong>), ou seja há uma<br />

transferência para cada indivíduo do grupo, desde o início da sua existência de vida no grupo<br />

“ a identidade grupal”. Desta forma a identidade é “dele” como pessoa, mas também é do<br />

grupo através dele. Nesta perspectiva, a análise de todo o processo, possibilita-nos<br />

caracterizar as duas identidades, a do indivíduo e a do grupo. Pressupõe-se deste modo que a<br />

identidade do sujeito se constrói a partir de percepções que ele t<strong>em</strong> de si e do outro. Erikson<br />

conjectura desta forma, uma correspondência de ambos.<br />

Para o nosso estudo, interessa-nos o quarto e o quinto estádios – fases que correspond<strong>em</strong><br />

ao nosso grupo de investigação (idades compreendidas entre os 11 e os 15 anos) e designadas<br />

por Erikson (1968) de “Construtividade versus inferioridade” (dos 6 aos 11anos) e<br />

“Identidade versus confusão de identidade” (dos 12 aos 18 anos). De acordo com Erikson<br />

(1968) a quarta fase corresponde ao início da escolaridade obrigatória, que para o autor, é o<br />

estádio mais importante socialmente. A criança convive com os “outros”, que não pertenc<strong>em</strong><br />

ao grupo primário (família), exigindo à criança uma maior sociabilização e cooperação. Caso<br />

tenha dificuldades, o próprio grupo irá criticá-la. A nossa investigação insere sujeitos com a<br />

idade de 11anos (excepto dois jovens com 15 e 16 anos), que estão a entrar na adolescência.<br />

O estádio que Erikson (1968) mais investigou foi o quinto, que é a definição clara do self,<br />

principalmente no que diz respeito à definição dos objectos pessoais, valores e ideais. As<br />

<strong>relações</strong> interpessoais são criticamente interiorizadas. Por este motivo, os adolescentes<br />

confrontam muitas vezes os valores familiares, religiosos e a sociedade <strong>em</strong> que estão<br />

inseridos com os seus próprios ideais. Procuram deste modo alternativas e tomam decisões<br />

que contribu<strong>em</strong> para o encontro da sua própria identidade, estilo de vida e integração de<br />

papéis que irão representar.<br />

Cada estádio da Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, apresenta duas soluções<br />

contraditórias entre si, sendo uma positiva e outra negativa. Assim, a procura do adolescente,<br />

de um papel social, provoca uma confusão de identidade, que poderá criar preconceitos e<br />

discriminações ou criar a uniformidade e continuidade. A identidade adquirida deverá<br />

reflectir, segundo Erikson (1968:89) ” a confiança de que a sua capacidade de manter uma<br />

uniformidade e continuidade interna se ajusta à uniformidade do significado que o próprio<br />

t<strong>em</strong> para os outros”.<br />

MARIA EMÍLIA SANTOS 69

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