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mestrado em relações interculturais - Universidade Aberta

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RELIGIÃO, ELEMENTO FUNDAMENTAL NA IDENTIDADE DO GRUPO DOS ALUNOS DO COLÉGIO ISLÂMICO DE<br />

PALMELA<br />

___________________________________________________________________________________________________________________<br />

soberania de Portugal, b<strong>em</strong> como pela manutenção da ord<strong>em</strong> pública e de harmonia com<br />

os tratados e convenções internacionais.<br />

Todavia, a palavra “árabes” ou “muçulmanos”, tinha uma conotação negativa, não se<br />

aceitava o papel que eles tinham tido na construção identitária dos portugueses, durante cinco<br />

séculos e meio:<br />

“Os estudos árabes <strong>em</strong> Portugal estiveram pelo menos até ao fim do estado Novo, condicionado política e<br />

directamente por produção identitária que se esforçava, antes de mais, por ligar atavicamente Portugal à<br />

Europa e que, por isso, negligenciava ostensivamente a “herança árabe” ou quando não, a incluía na<br />

retórica patriótica da Reconquista” (Silva M., 2005:791)<br />

Não só <strong>em</strong> Portugal Continental é visível a presença dos muçulmanos, como também<br />

estiveram presentes nas ex-colónias principalmente <strong>em</strong> Moçambique e na Guiné. Em<br />

Moçambique encontravam-se <strong>em</strong> toda a província, mas destacavam-se a sul e nas zonas<br />

urbanas. De acordo com o autor Porfírio Moreira:<br />

“…as posições muçulmanas, de forma nenhuma estáticas, estão no Norte, <strong>em</strong> Cabo Delgado, <strong>em</strong> que os<br />

macondes constit<strong>em</strong> uma ilha de resistência ao proselitismo das gentes de Alá; no distrito de Niassa, no de<br />

Moçambique, com predominância na região compreendida entre o mar e uma linha do Lúrio (Muite) se<br />

trace até ao Liginha, passando por Mucubúri, Ribaue e Murrupula, no litoral, a sul de Ligonha, com os<br />

seus maiores núcleos, <strong>em</strong> Pebane e <strong>em</strong> Quelimane, no extr<strong>em</strong>o leste, <strong>em</strong> Tete, na Beira, <strong>em</strong> Inhambane,<br />

João Belo e Lourenço Marques” (1968:447).<br />

O Islão Sunita era praticado pelas tribos Macuas e Ajauas e pelos de orig<strong>em</strong> paquistanesa.<br />

Também existiam muçulmanos Xiitas, que eram os de orig<strong>em</strong> asiática e seus descendentes.<br />

Na província da Guiné, a população muçulmana sunita era constituída pelos Fulas,<br />

Mandingas, Sossos, Bajarencas, Biafadas, Cassangas, Nalus e Balantas. Também os Drusos<br />

eram muçulmanos, mas de uma facção não ortodoxa do Islão, originária do Líbano e seus<br />

descendentes. (Actas do IV Congresso de Estudos Árabes e Islâmicos, 1968).<br />

Os estatutos da “Comunidade Islâmica de Lisboa” foram aprovados oficialmente <strong>em</strong> 25<br />

de Março de 1968 (tendo esta comunidade, como presidente Suleiman Valy Mamede) e<br />

reclamavam:<br />

MARIA EMÍLIA SANTOS 51

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