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I SIMPOSIO IBEROAMERICANO DE ECOLOGÍA REPRODUCTIVA, RECLUTAMIENTO Y PESQUERÍAS<br />

Potencial reprodutivo em peixes <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>: o caso<br />

do peixe-espada preto Aphanopus carbo<br />

Leonel Serrano Gordo<br />

Departamento <strong>de</strong> Biologia Animal e Centro <strong>de</strong> Oceanografia, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>de</strong><br />

Lisboa. Portugal. lsgordo@fc.ul.pt<br />

As espécies <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> têm sido <strong>de</strong>finidas como as que passam gran<strong>de</strong> do seu ciclo <strong>de</strong><br />

vida abaixo dos 400 m. A maioria das espécies distribui-se entre os 400 e os 1000 m, quer no<br />

domínio pelágico quer <strong>de</strong>mersal, diminuindo a abundância, biomassa e diversida<strong>de</strong> com a<br />

profundida<strong>de</strong> (Merrett, 1994), sendo mais raras as espécies que se encontram abaixo dos 3000<br />

m. A colonização do meio profundo e <strong>de</strong> acordo com Andriyashev (1953) ocorreu em dois<br />

momentos diferentes e foi protagonizada por dois conjuntos <strong>de</strong> peixes: as espécies pelágicas<br />

ou colonizadores primários que se moveram muito cedo para o fundo e sofreram aí a sua<br />

evolução primária e radiação; e as <strong>de</strong>mersais ou colonizadores secundários que tiveram a sua<br />

evolução e radiação primária nas plataformas continentais costeiras, tendo algumas <strong>de</strong>ssas<br />

espécies migrado mais tar<strong>de</strong> para o fundo. As pescarias <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> iniciaram-se na<br />

década <strong>de</strong> 70 do século passado e a maioria das espécies alvo incluem-se na categoria das<br />

espécies batipelágicas e bentopelágicas.<br />

Em termos <strong>de</strong> estratégias reprodutivas, as espécies <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> apresentam as mesmas<br />

categorias que caracterizam as espécies <strong>de</strong> águas mais superficiais. Mais ainda, algumas das<br />

tendências observadas nas espécies <strong>de</strong> superfície ocorrem também nas espécies <strong>de</strong><br />

profundida<strong>de</strong>. Por exemplo, relativamente à fecundida<strong>de</strong>, mantém-se a existência <strong>de</strong> uma<br />

relação entre o número <strong>de</strong> ovos libertados e o comprimento do peixe, tanto nas espécies<br />

pelágicas como <strong>de</strong>mersais. Existe também uma relação inversa entre a fecundida<strong>de</strong> e o<br />

tamanho do ovo. No entanto, quando compararmos, num mesmo grupo (i.e. or<strong>de</strong>m<br />

Gadiformes), espécies costeiras com as <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, as primeiras têm tendência para<br />

apresentar fecundida<strong>de</strong>s mais elevadas e ovos muito mais pequenos do que as espécies que<br />

vivem em profundida<strong>de</strong>. Também há uma tendência para as primeiras terem uma razão entre<br />

o comprimento à primeira maturação e o comprimento máximo menor do que as espécies que<br />

vivem em profundida<strong>de</strong>.<br />

Em termos <strong>de</strong> potencial reprodutivo, a baixa fecundida<strong>de</strong>, os ovos gran<strong>de</strong>s (ricos em vitelo) e<br />

a maturação tardia também são consistentes com um conjunto <strong>de</strong> características geralmente<br />

associadas à estratégia k e particularmente evi<strong>de</strong>ntes nestas espécies: crescimento lento, maior<br />

longevida<strong>de</strong> e tamanho gran<strong>de</strong>. A disponibilida<strong>de</strong> alimentar influencia também o potencial<br />

reprodutivo uma vez que a menor disponibilida<strong>de</strong> alimentar a maiores profundida<strong>de</strong>s não<br />

permite uma maturação mais precoce. Quando o alimento é mais abundante, a energia<br />

exce<strong>de</strong>nte é canalizada para o crescimento e reprodução. No entanto, face a uma fraca<br />

disponibilida<strong>de</strong> alimentar é credível que o investimento exce<strong>de</strong>nte seja para o crescimento,<br />

para po<strong>de</strong>rem atingir um tamanho consi<strong>de</strong>rável que lhes permita escapar aos predadores. Só<br />

<strong>de</strong>pois se fará o investimento na reprodução e, como consequência, a maturação tardia nestas<br />

espécies. Consequências no potencial reprodutivo? São várias e incluem o skipped spawning,<br />

alteração da fecundida<strong>de</strong> e recrutamento. Algumas espécies produzem ovos à custa do tecido<br />

somático e a não evolução para a vitelogénese quando o alimento é escasso po<strong>de</strong> ser uma<br />

73<br />

Sesión 2:Potencial reproductivo y casusas <strong>de</strong> su<br />

variación

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