19.04.2013 Views

Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

111<br />

quando atenta para a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar o processo <strong>de</strong><br />

alfabetização, hoje, na assepsia da dimensão social nele implicada.<br />

Segundo Matencio (2003, p. 9), ainda, “[...] quando jovens e<br />

adultos chegam à escola, já construíram inúmeros conhecimentos<br />

linguísticos, textuais, pragmáticos e referenciais e já tiveram acesso, na<br />

produção e na recepção, a diferentes gêneros textuais”. Assim,<br />

procedimentos <strong>de</strong> ensino e aprendizagem que operem com os textos em<br />

situações reais (salvaguardada a artificialida<strong>de</strong> constitutiva da esfera<br />

escolar quando do trato <strong>de</strong> gêneros <strong>de</strong> outras esferas) <strong>de</strong> produção,<br />

recepção e circulação só fazem sentido se permitirem ao aluno “[...]<br />

enten<strong>de</strong>r as razões <strong>de</strong> os sujeitos fazerem o que fazem nas interações e,<br />

<strong>de</strong>ssa forma, refletir sobre sua própria maneira <strong>de</strong> se relacionar com a<br />

língua/gem” (MATENCIO, 2003, p. 10).<br />

Sobre as particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> abordagem, Kleiman<br />

(2007, p. 4) adverte que “[...] é natural que essas representações ou<br />

mo<strong>de</strong>los que viabilizam a comunicação na prática social – os gêneros –<br />

sejam unida<strong>de</strong>s importantes no planejamento. Isso não significa,<br />

entretanto, que a ativida<strong>de</strong> da aula <strong>de</strong>va ser organizada em função <strong>de</strong><br />

qual gênero ensinar”. A autora advoga em favor <strong>de</strong> uma prática<br />

pedagógica que não tome gêneros dados a priori, ou seja, o professor<br />

po<strong>de</strong> ancorar sua ação pedagógica nos gêneros, explicar, atentar,<br />

exemplificar características dos textos, da língua ou <strong>de</strong> palavras que o<br />

compõem, mas “[...] tudo isso é bem diferente <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir, <strong>de</strong> antemão,<br />

que neste ano, serão ensinados os textos interativos (blog, email, texto<br />

informativo em forma <strong>de</strong> hipertexto entre outros), verbete e entrevista”<br />

(KLEIMAN, 2007, p. 4). Geraldi (2010) compartilha <strong>de</strong>sse zelo, ao<br />

atentar para os perigos da objetificação dos gêneros discursivos.<br />

Enfocando mais especificamente o processo <strong>de</strong> alfabetização, a<br />

autora assevera que “[...] a diferença entre ensinar uma prática e ensinar<br />

para que o aluno <strong>de</strong>senvolva uma competência ou habilida<strong>de</strong> não é mera<br />

questão terminológica” (KLEIMAN, 2007, p. 2). Assim,<br />

Nas escolas em que predomina a concepção <strong>de</strong><br />

leitura e da escrita como competências, concebese<br />

a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler e escrever como um<br />

conjunto <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong> progressivamente<br />

<strong>de</strong>senvolvidas até se chegar a uma competência<br />

leitora e escritora i<strong>de</strong>al: a do usuário proficiente<br />

da língua escrita. Os estudos do letramento, por<br />

outro lado, partem <strong>de</strong> uma concepção <strong>de</strong> leitura e<br />

<strong>de</strong> escrita como práticas discursivas, com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!