Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC
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Tinoco (2008), por sua vez, enten<strong>de</strong> que esse conceito focaliza a<br />
natureza situada das práticas sociais <strong>de</strong> escrita e leitura. A autora advoga<br />
em favor da inexistência <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> práticas que dê conta do<br />
amplo espectro envolvido quando se tematiza leitura e escrita e que<br />
pu<strong>de</strong>sse ser caracterizado como ‘o’ letramento, no singular. Assim,<br />
[...] não há ‘um’ letramento para o qual possamos<br />
fazer uma proposta globalizadora <strong>de</strong> ensinoaprendizagem,<br />
mas múltiplos letramentos, que<br />
ocorrem em diferentes esferas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> e são<br />
orientados por propósitos comunicativos<br />
particulares, em função dos quais sistemas<br />
simbólicos, gêneros e suportes são a<strong>de</strong>quados<br />
(TINOCO, 2008, p. 73).<br />
Já <strong>Oliveira</strong> (2008, p. 102) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que, pelo fato <strong>de</strong> as práticas<br />
<strong>de</strong> letramento se relacionarem com diferentes domínios <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />
humana, como família, escola, lugar <strong>de</strong> trabalho, igreja, rua etc., existem<br />
aspectos particulares da vida cultural (letramento na aca<strong>de</strong>mia,<br />
letramento no lugar <strong>de</strong> trabalho etc.), e, consequentemente, diferentes<br />
orientações <strong>de</strong> letramento, cabendo, assim, o uso do termo no plural,<br />
letramentos. Importa o registro <strong>de</strong> que, mesmo compartilhando da<br />
compreensão acerca da dimensão pluralizada do letramento, enten<strong>de</strong>mos<br />
como excessivas algumas adjetivação que dissociam completamente o<br />
fenômeno do signo verbal escrito, tal qual acontece com letramentos<br />
musicais¸ por exemplo, em que um código <strong>de</strong> outra natureza está<br />
envolvido.<br />
Cerutti-Rizzatti (2009, p. 04) enten<strong>de</strong> que a pluralização<br />
justifica-se pela natureza sócio-histórica e culturalmente situada do<br />
fenômeno, tanto quanto pelo fato <strong>de</strong> tal pluralização<br />
[...] conferir ao estudo do [...] letramento uma<br />
dimensão notoriamente vinculada a questões <strong>de</strong><br />
cidadania, <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural, <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />
social. Essas implicações, no entanto, [...] não<br />
autorizam uma expansão <strong>de</strong>smedida do uso do<br />
termo letramento para instâncias diversas em que<br />
o signo verbal escrito não esteja presente [...].<br />
Street (2000, p. 18), discutindo essa questão, registra que