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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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<strong>de</strong>las parece tê-las acompanhado ao longo <strong>de</strong> toda a vida, no que vemos<br />

implicada uma representação favorável do processo primeiro <strong>de</strong> inserção<br />

escolar. O abandono da escola naquele momento <strong>de</strong> suas vidas parece<br />

suscitar um movimento <strong>de</strong> culpabilização atribuída a diferentes agentes<br />

que não os sociais mais amplos. Figuram entre as participantes<br />

motivações <strong>de</strong> foro íntimo, individual (KLEIMAN, 2001b) –<br />

representação favorável do processo primeiro <strong>de</strong> escolarização ainda na<br />

infância e que inculca nos sujeitos uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> retorno à escola que<br />

perpassa a vida toda, ou a busca por algumas horas <strong>de</strong> relaxamento – e<br />

<strong>de</strong> foro externo, social (KLEIMAN, 2001b) – vivência estrita com<br />

alfabetizado, anseio por potencialização das habilida<strong>de</strong>s interacionais e<br />

do repertório lexical e gramatical. As implicações econômicas e<br />

profissionais do reingresso escolar, ainda que presentes, parecem ser<br />

secundárias.<br />

No primeiro <strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong>ssa questão buscamos respon<strong>de</strong>r:<br />

Que <strong>de</strong>mandas são <strong>de</strong>preensíveis nessa motivação?. Tais <strong>de</strong>mandas<br />

são eminentemente familiares, sociais e profissionais. Familiares, visto<br />

que parece ser fulcral a interveniência que o contato estreito com<br />

familiar alfabetizado (MACIEL; LÚCIO, 2010) tem no processo <strong>de</strong><br />

retorno à escola por parte <strong>de</strong>ssas alfabetizandas; sociais, na medida em<br />

que, assim como afirma Stromquist (2005), a busca por reinserção<br />

escolar é também uma tentativa <strong>de</strong> preencher necessida<strong>de</strong>s concernentes<br />

aos seus papéis sociais e i<strong>de</strong>ntitários; profissionais, por fim, implicadas<br />

nessas, obviamente, estão <strong>de</strong>mandas sociais mais amplas, que se<br />

materializam no momento em que a intenção <strong>de</strong> ascensão profissional<br />

sabidamente perpassa a escolarização, mesmo que aqui estejam<br />

imbricados outros fatores, alguns <strong>de</strong>les <strong>de</strong> natureza mais ampla<br />

(GRAFF, 1994).<br />

O último <strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong>ssa segunda questão que norteou<br />

nosso processo <strong>de</strong> análise é: Quais são as expectativas <strong>de</strong>ssas<br />

mulheres acerca do processo <strong>de</strong> alfabetização no qual buscaram se<br />

inserir?. As expectativas informadas por essas três mulheres dão conta<br />

<strong>de</strong> aspectos bem pontuais. Relacionam-se com potencialização dos<br />

saberes, com uma interface estreita com os saberes escolares (português,<br />

matemática, geografia etc.), e com as possíveis significações da<br />

escolarização no âmbito profissional, ou seja, que a conclusão dos<br />

estudos po<strong>de</strong>ria significar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação em ativida<strong>de</strong>s<br />

laborais legitimadas socialmente.<br />

A terceira e última questão que conduziu nossa análise é: Em<br />

que medida o programa <strong>de</strong> alfabetização do qual as alfabetizandas<br />

adultas participantes <strong>de</strong>ste estudo tomam parte tem lhes facultado

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