Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC
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essa tática é relevante durante a coleta <strong>de</strong> dados.<br />
Uma segunda tática é estabelecer um<br />
enca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> evidências, também relevante<br />
durante a coleta <strong>de</strong> dados [...].<br />
Em sintonia com essas concepções, Marconi e Lakatos (2007)<br />
pontuam que a maioria das técnicas <strong>de</strong> pesquisa oferece uma série <strong>de</strong><br />
vantagens e <strong>de</strong>svantagens sendo, por isso, necessário aplicar/utilizar<br />
mais <strong>de</strong> uma técnica ao mesmo tempo. Em se tratando <strong>de</strong> uma<br />
abordagem <strong>de</strong> natureza etnográfica, esse comportamento parece-nos<br />
inerente ao processo <strong>de</strong> estudo.<br />
6.4.1 Observação<br />
A observação é uma técnica na qual são utilizados os sentidos<br />
na obtenção <strong>de</strong> informações sobre <strong>de</strong>terminados aspectos da realida<strong>de</strong>,<br />
prestam-se essencialmente às investigações sociais (MARCONI;<br />
LAKATOS, 2007). É, ainda, um instrumento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> dados que<br />
transcen<strong>de</strong> a condição <strong>de</strong> ver e ouvir, servindo substancialmente para<br />
examinar fatos e fenômenos focalizados como objetos <strong>de</strong> estudo. Sendo<br />
assim, “[...] a observação ajuda o pesquisador a i<strong>de</strong>ntificar e a obter<br />
provas a respeito <strong>de</strong> objetivos sobre os quais os indivíduos não têm<br />
consciência, mas que orientam seu comportamento” (MARCONI;<br />
LAKATOS, 2007, p. 193).<br />
Ancoradas em pressupostos <strong>de</strong> Selltiz (1965), Marconi e<br />
Lakatos (2007) concebem que essa técnica <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> dados torna-se<br />
científica quando atenta para alguns aspectos específicos, tais como<br />
prestar-se a um plano <strong>de</strong> pesquisa, ser sistematicamente planejada, ser<br />
registrada minuciosamente e relacionar-se com pressupostos gerais, não<br />
sendo entendida como uma série <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>s, e, por fim, ser<br />
verificável e controlável sob o ponto <strong>de</strong> vista da valida<strong>de</strong> e da segurança<br />
dos dados. Fazemos, nesta discussão, remissão a Flick (2004), para<br />
quem a observação é uma habilida<strong>de</strong> diária, porém, metodologicamente<br />
sistematizada, quando na condição <strong>de</strong> instrumento científico.<br />
Segundo Olabuénaga e Ispizua (1989), a observação po<strong>de</strong> ser<br />
entendida como o ato <strong>de</strong> contemplar sistemática e <strong>de</strong>tidamente como se<br />
<strong>de</strong>senrola a vida social, sem manipulá-la nem modificá-la, tal qual se<br />
discorre por si mesma, po<strong>de</strong>ndo, então, transformar-se em uma po<strong>de</strong>rosa<br />
ferramenta <strong>de</strong> investigação social e em técnica científica <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />
informações quando for: orientada e enfocada a um objeto concreto <strong>de</strong><br />
investigação formulado <strong>de</strong> antemão; planificada sistematicamente em