19.04.2013 Views

Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

208<br />

mudinha, precisava da gente pra tudo naquela época, pra<br />

ajudar a cuidar dos menores, até mesmo os maiorzinhos<br />

faziam comida pra po<strong>de</strong>r os pais continuar a trabalhar.<br />

Então era muito difícil, eu sei que eu aprendi pouquíssimo. A<br />

escola ficava pra quando <strong>de</strong>sse pra ir (MG., entrevista<br />

realizada em 12 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011, ênfase nossa).<br />

(47) Também a gente com muita falta <strong>de</strong> informação naquela<br />

época, ia pra escola e voltava, não tinha aquela coisa do pai<br />

dizer ‘estuda’, que nem a gente hoje em dia, ‘estuda, faz<br />

isso faz aquilo, olha eu quero tu com nota boa’, sentar com<br />

o filho. Eu mesmo que eu não aprendi, eu sentei com meus<br />

filhos e ensinei. Porque, tipo, tem o autodidata que apren<strong>de</strong><br />

sozinho, apren<strong>de</strong> o a, apren<strong>de</strong> o u, apren<strong>de</strong> esse, apren<strong>de</strong><br />

aquele, pois eu vou começando a ler, daí eu comecei, eu vi<br />

que um certo tempo a necessida<strong>de</strong> ia, ia sendo mais<br />

necessário apren<strong>de</strong>r a ler, comecei a me interessar por livro,<br />

comecei a escrever né... Comecei a fazer tudo o que eu<br />

podia, pegar livro e copiar, a soletrar e aquela coisa do<br />

soletrar, <strong>de</strong>pois criar a palavra e tal e foi sozinha que eu<br />

aprendi até um certo tempo, daí <strong>de</strong>pois voltei pro colégio pra<br />

tentar <strong>de</strong> novo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> mais adulta e não tive condições<br />

<strong>de</strong> terminar <strong>de</strong> novo por causa da gravi<strong>de</strong>z, porque eu era<br />

muito novinha e inchei <strong>de</strong>mais. Eu tinha que limpar a casa,<br />

lavar a roupa e cozinhar que eu trabalhava fora também<br />

grávida, daí tive que parar (MG., entrevista realizada em 12<br />

<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011, ênfase nossa).<br />

(48) Sozinha eu aprendi bastante, eu sou uma pessoa muito<br />

perguntona. Quando eu tinha dúvida <strong>de</strong> alguma coisa, eu<br />

perguntava sempre, então aquilo ali me ajudava a ir um<br />

pouquinho mais. Colegas, amigos, pessoas <strong>de</strong> trabalho e tal.<br />

Ajudou bastante, muito, mas não apren<strong>de</strong>ndo a educação no<br />

colégio não é a mesma coisa, porque você não tem noção,<br />

assim porque um professor ele ensina, ele fala da economia,<br />

ele fala <strong>de</strong> como tem que montar teu próprio negócio, ele<br />

fala <strong>de</strong> várias coisas, ele é uma base, o professor é uma<br />

base, o professor te dá a base e sem o professor você não<br />

tem a base, você conhece uma história num livro, você lê<br />

aquele livro, mas você não tem como começar porque você<br />

não tem a base que o professor lhe <strong>de</strong>u (MG., entrevista<br />

realizada em 12 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011).<br />

Os trechos (43) O começo na escola [na infância] foi muito<br />

importante [...] (M.); (44) Eu gostava, sempre gostei <strong>de</strong> ir na escola,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!