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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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escolarização, mas dos usos que fazem efetivamente da escrita. Esses<br />

números informam um contingente populacional <strong>de</strong> analfabetos 17 da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 7% na última edição do indicador (2009), <strong>de</strong> 21% <strong>de</strong><br />

alfabetizados no nível rudimentar, <strong>de</strong> 47% no nível básico e <strong>de</strong> 25% no<br />

nível pleno. Des<strong>de</strong> a primeira edição (2001/2002) até a última (2009), o<br />

Inaf tem apresentado alterações positivas quanto ao <strong>de</strong>créscimo nos<br />

números <strong>de</strong> analfabetismo (<strong>de</strong> 12% para 7%), <strong>de</strong> alfabetismo rudimentar<br />

(<strong>de</strong> 27% para 21%) e <strong>de</strong> alfabetismo básico (<strong>de</strong> 34% para 47%). Os<br />

números do alfabetismo pleno, no entanto, têm se mantido entre 25% e<br />

28%.<br />

É importante pontuar que, assim como os dados do IBGE<br />

analisados nesse estudo, a pesquisa do Inaf tem como participantes<br />

brasileiros com mais <strong>de</strong> quinze anos. O Inaf, no entanto, limita a sujeitos<br />

<strong>de</strong> até 64 anos a participação no estudo. São consi<strong>de</strong>rados, nessa<br />

abordagem, analfabetos funcionais os sujeitos que se encontram nos<br />

dois primeiros níveis, ou seja, os analfabetos e os alfabetizados<br />

rudimentarmente, o que compreendia, por ocasião do levantamento<br />

realizado no início <strong>de</strong>sta década, a 39% da população participante e<br />

compreen<strong>de</strong>u, no último levantamento, 28% da população.<br />

Analisando, então, os dados do IBGE e do Inaf, é nodal a<br />

diferença <strong>de</strong> porcentagem entre os informantes consi<strong>de</strong>rados analfabetos<br />

nas duas pesquisas – menos <strong>de</strong> 10% no censo do IBGE 2010 e 28% para<br />

o Inaf. É certo, evi<strong>de</strong>ntemente, que parte <strong>de</strong>ssa diferença se <strong>de</strong>ve ao tipo<br />

<strong>de</strong> abordagem adotado por cada um <strong>de</strong>sses indicadores 18 . Importa, nesse<br />

ponto, buscar construir inteligibilida<strong>de</strong>s acerca dos cursos <strong>de</strong><br />

alfabetização, quer sejam os regulares ou os <strong>de</strong> educação <strong>de</strong> adultos,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo em que medida têm facultado a seus alunos o uso<br />

efetivo da escrita em sua microcultura e, paralelamente, a ampliação do<br />

trânsito e da inserção efetiva <strong>de</strong>sses sujeitos por/em esferas da ativida<strong>de</strong><br />

humana distintas das suas 19 .<br />

Interessados nessa questão, estudiosos brasileiros apontam para<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> cunho etnográfico sobre o impacto da<br />

17 As especificações <strong>de</strong> cada nível serão apresentadas no primeiro capítulo teórico <strong>de</strong>sta<br />

dissertação, intitulada A(na)lfabetismo adulto: histórico, indicadores e programas.<br />

18 Um tratamento mais pormenorizado sobre as diferentes abordagens do Inaf e do IBGE será<br />

realizada em seção <strong>de</strong>nominada Indicadores <strong>de</strong> alfabetismo em nível nacional e em Santa<br />

Catarina mais a frente.<br />

19 Tal discussão po<strong>de</strong>ria se reportar, aqui, a dados da amostra <strong>de</strong> educação do IBGE (2010),<br />

que apresenta números sobre a inserção em turmas <strong>de</strong> escolarização formal e <strong>de</strong> EJA por parte<br />

dos participantes; porém essa discussão <strong>de</strong>verá ser empreendida por ocasião da tese <strong>de</strong><br />

doutoramento, quando as amostras por tema <strong>de</strong>verão ter sido divulgadas pelo IBGE, o que não<br />

aconteceu até o momento da finalização <strong>de</strong>sta dissertação.<br />

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