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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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regulamentações, mas como um terreno cultural<br />

caracterizado pela produção <strong>de</strong> experiências e <strong>de</strong><br />

subjetivida<strong>de</strong>s em meio a variados graus <strong>de</strong><br />

acomodação, contestação e resistência. [...] a<br />

alfabetização ao mesmo tempo ilumina e<br />

examina a vida escolar como um lugar<br />

caracterizado por uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> linguagens<br />

e <strong>de</strong> lutas conflitantes, local em que as culturas<br />

dominante e subalterna entram em conflito e<br />

on<strong>de</strong> professores, alunos e administradores<br />

escolares frequentemente divergem quanto a<br />

como se <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>finir e compreen<strong>de</strong>r as<br />

experiências e as práticas escolares.<br />

A proposta norteadora do processo <strong>de</strong> alfabetização <strong>de</strong> adultos<br />

<strong>de</strong>fendida por Paulo Freire, com a qual converge Vóvio (2007; 2010), é<br />

problematizadora e libertadora, não sendo mais concebível como ato <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>positar, ou <strong>de</strong> narrar, ou <strong>de</strong> transferir, ou <strong>de</strong> transmitir<br />

“conhecimentos” e valores aos educandos, mas um ato cognoscente. Tal<br />

proposta suscita a superação da contradição educador-educandos, já que<br />

“[...] sem esta, não é possível a relação dialógica, indispensável à<br />

cognoscibilida<strong>de</strong> dos sujeitos cognoscentes, em torno do mesmo objeto<br />

cognoscível” (FREIRE, 2009 [1969], p. 78). A polarização das duas<br />

concepções, por fim, se encontra justamente nesse ponto: enquanto a<br />

“bancária” serve à dominação, a problematizadora/libertadora serve à<br />

libertação; ou, ainda, a primeira mantém a contradição educadoreducando,<br />

ao passo que a segunda a supera.

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