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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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A autora, ainda, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que é preciso recortar e <strong>de</strong>screver, no conjunto<br />

<strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> letramento, aspectos específicos que provocam um certo<br />

sucesso no trabalho com <strong>de</strong>codificação, para torná-los públicos, sem<br />

receio <strong>de</strong> que uma discussão metodológica seja consi<strong>de</strong>rada um<br />

retrocesso.<br />

Diretamente relacionada à <strong>de</strong>fesa do compromisso do processo<br />

<strong>de</strong> alfabetização com a sistematização do código alfabético feita por<br />

Fra<strong>de</strong> (2003), Soares (2003) enten<strong>de</strong> a alfabetização como parte<br />

constituinte da prática da leitura e da escrita. Ela, entretanto, tem uma<br />

especificida<strong>de</strong>, que não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>negada. Segundo a autora, a<br />

alfabetização implica um saber que <strong>de</strong>veria ser ensinado <strong>de</strong> forma<br />

sistemática. Tal autora adota uma perspectiva <strong>de</strong> letramento escolar e<br />

toma a alfabetização como habilida<strong>de</strong>. Compartilhamos a existência<br />

<strong>de</strong>ssa especificida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> alfabetização e a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>negá-la ao longo do processo, isso porque, conforme a autora,<br />

ninguém apren<strong>de</strong> a escrever e a ler sem que se aprendam<br />

respectivamente as relações entre fonemas e grafemas e entre grafemas e<br />

fonemas.<br />

A partir <strong>de</strong>ssas consi<strong>de</strong>rações, enten<strong>de</strong>mos ter a alfabetização<br />

saído da “[...] querela dos métodos analíticos versus os sintéticos para<br />

uma polarização em torno do método versus processo <strong>de</strong> aquisição”<br />

(FRADE, 2003, p. 18). Ou, por outra, o foco prioritário não parecem ser<br />

os métodos <strong>de</strong> alfabetização, mas estudos sobre o que chamamos <strong>de</strong><br />

elaboração didática (HALTÉ, 2008 [1998]), entendida por nós, para as<br />

finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste estudo, como a ação do professor, consciente e<br />

planejada, que tem lugar no cotidiano do processo <strong>de</strong> alfabetização. O<br />

nó, nesse momento histórico, parece ser a construção <strong>de</strong>ssa elaboração<br />

didática, que precisa ser feita a partir <strong>de</strong> bases teóricas <strong>de</strong>finidas,<br />

consi<strong>de</strong>rando que a alfabetização não se dá sem o domínio dos<br />

princípios do sistema alfabético, mas que esse mesmo domínio precisa<br />

ser empreendido em contextos <strong>de</strong> sentido, ou seja, a partir dos usos para<br />

os quais a escrita se presta na socieda<strong>de</strong>.<br />

Assim, enten<strong>de</strong>mos que discussões <strong>de</strong> natureza metodológica<br />

acerca do processo <strong>de</strong> alfabetização, inicialmente dicotomizadas entre<br />

métodos sintéticos e métodos analíticos (MORTATTI, 2000; 2006),<br />

ganharam novos contornos com o pensamento <strong>de</strong> Ferreiro e Teberosky<br />

(1985), suscitando embates acerca <strong>de</strong> equívocos na compreensão <strong>de</strong>sse<br />

i<strong>de</strong>ário, tanto quanto acerca <strong>de</strong> eventuais consequências <strong>de</strong>sses<br />

equívocos na aprendizagem da modalida<strong>de</strong> escrita da língua, processo<br />

que – paralelamente a <strong>de</strong>scobertas das neurociências (DEHAENE, 2007)<br />

– tem constituído argumento para propostas <strong>de</strong> retorno ao método fônico

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