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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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155<br />

mais ida<strong>de</strong>. Nesse ponto, ela menciona uma menina <strong>de</strong> oito anos que<br />

tem sob seus cuidados e que passou, nos últimos tempos, a fazer<br />

perguntas acerca da adolescência e afirmações sobre sua condição <strong>de</strong><br />

pré-adolescente – mais à frente, neste capítulo, mencionaremos o<br />

episódio em que é dada à turma a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizarem pesquisas<br />

<strong>de</strong> interesse pessoal em ferramenta <strong>de</strong> busca na internet, por ocasião <strong>de</strong><br />

uma visita à sala informatizada, momento em que E. realiza tal pesquisa<br />

sobre os temas pré-adolescência e adolescência, justificando tal<br />

interesse à luz <strong>de</strong>ssa situação.<br />

O marido <strong>de</strong> E. cursou até a 3ª série quando criança, <strong>de</strong>pois nunca<br />

mais <strong>de</strong>monstrou interesse em estudar; no momento em que se <strong>de</strong>u a<br />

pesquisa, ele não estava trabalhando por ter sido submetido a um<br />

procedimento cirúrgico, realizado em função <strong>de</strong> uma grave doença e, em<br />

razão <strong>de</strong>sse quadro, estava em afastamento, remunerado, das ativida<strong>de</strong>s.<br />

E. frisa que não preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a escola por nada, que vai concluir os<br />

estudos e que preten<strong>de</strong> cursar a universida<strong>de</strong>. A filha <strong>de</strong> E., que saiu<br />

recentemente <strong>de</strong> casa quando casou e se tornou mãe (E. nos mostra a<br />

foto da neta), trabalha cuidando <strong>de</strong> crianças também, na creche <strong>de</strong> um<br />

resort importante da região, tendo completado o ensino fundamental na<br />

escola regular. E. e o marido resi<strong>de</strong>m em uma casa alugada situada a<br />

cerca <strong>de</strong> mil metros da escola. Ela não realiza nenhuma outra ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cunho social específico, além do trabalho e da escola, mas diz já ter<br />

participado do coral da igreja que frequentava e informa não mais<br />

pertencer a nenhuma religião.<br />

7.1.2 Em busca <strong>de</strong> apresentar M.<br />

M. tem 52 anos, é casada e tem três filhos. Está há dois meses na<br />

EJA nesta escola. Houve outros períodos em que se sentiu motivada a<br />

voltar à escola por razões diferentes, como realização pessoal,<br />

perspectiva <strong>de</strong> ascensão profissional etc., mas acabou sempre adiando a<br />

realização <strong>de</strong>sse propósito. Quando adolescente, mais ou menos aos<br />

treze anos, cursou até a quinta série do ensino regular, mas não teve<br />

condições <strong>de</strong> continuar os estudos por ter feito opção pelo trabalho – tal<br />

opção é explicitada mais <strong>de</strong>tidamente à frente neste capítulo. Resolveu,<br />

agora, retomar os estudos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, nas palavras <strong>de</strong> M., por se<br />

sentir mais segura quanto ao processo. Frisa, durante a conversa, o fato<br />

<strong>de</strong> ter estado quarenta anos fora da escola. Ela tem três filhos, um<br />

homem – 22 anos – e duas mulheres – 27 e 29 anos –, dois <strong>de</strong>les moram<br />

em outros municípios; logo, com esses dois, M. tem contato bastante<br />

pontual. Mora, efetivamente, com o marido e uma das filhas.

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