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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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a ajuda do educador anular a sua criativida<strong>de</strong> e a<br />

sua responsabilida<strong>de</strong> na construção <strong>de</strong> sua<br />

linguagem escrita e na leitura <strong>de</strong>ssa linguagem<br />

(FREIRE, 2009 [1982], p. 19).<br />

Enten<strong>de</strong>ndo, pois, os processos educativos como inerentemente<br />

políticos, o autor afirma que<br />

O mito da neutralida<strong>de</strong> da educação, que leva à<br />

negação da natureza política do processo<br />

educativo e a torná-lo como um quefazer puro,<br />

em que nos engajamos a serviço da humanida<strong>de</strong><br />

entendida como uma abstração é o ponto <strong>de</strong><br />

partida para compreen<strong>de</strong>rmos as diferenças<br />

fundamentais entre uma prática ingênua, uma<br />

prática astuta e outra crítica (FREIRE, 2009<br />

[1982], p. 23).<br />

Assim, do ponto <strong>de</strong> vista crítico, é impossível negar a natureza política<br />

do processo educativo, do mesmo modo que é impossível negar o<br />

caráter educativo do ato político. Paulo Freire (2009 [1982], p. 24)<br />

propõe:<br />

[...] tanto no caso do processo educativo quanto<br />

no do ato político, uma das questões<br />

fundamentais [talvez] seja a clareza em torno <strong>de</strong><br />

a favor <strong>de</strong> quem e do quê, portanto contra quem e<br />

contra o quê, fazemos a educação e <strong>de</strong> a favor <strong>de</strong><br />

quem e do quê, portanto contra quem e contra o<br />

quê, <strong>de</strong>senvolvemos a ativida<strong>de</strong> política. Quanto<br />

mais ganhamos esta clareza através da prática,<br />

tanto mais percebemos a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

separar o inseparável: a educação da política.<br />

Para o autor, uma “leitura” mais crítica da “leitura” anterior menos<br />

crítica do mundo possibilita aos grupos populares, às vezes, em posição<br />

fatalista em face às injustiças, uma compreensão diferente <strong>de</strong> sua<br />

indigência.<br />

Pensando numa ação pedagógica crítica, é possível pontuar que<br />

a alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da<br />

expressão oral (FREIRE, 2009 [1982]). Tal montagem não se dá num<br />

movimento do educador para/sobre o alfabetizando, se dá, sim, num<br />

processo <strong>de</strong> co-construção. E, nesse processo, é <strong>de</strong>safio consi<strong>de</strong>rar os

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