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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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qual mencionamos no parágrafo anterior, concebe o fenômeno como<br />

“[...] práticas sociais cujos modos específicos <strong>de</strong> funcionamento têm<br />

implicações importantes para as formas pelas quais os sujeitos<br />

envolvidos nessas práticas constroem relações <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r”<br />

(KLEIMAN, 2001 [1995], p. 11), sendo, portanto, reiteramos, mais<br />

voltada para a dimensão antropológica, sociológica e cultural do<br />

fenômeno (TINOCO, 2008).<br />

Importa registrarmos, ainda, nosso entendimento <strong>de</strong> que a<br />

primeira concepção, que enten<strong>de</strong> letramento como fenômeno mais<br />

ligado ao letramento escolar, concebe mensurações por parâmetros,<br />

níveis e graus pre<strong>de</strong>finidos. Já a segunda concepção contrapõe-se a esse<br />

nivelamento – como assinala Barton (1994) –, e toma o conceito como<br />

um fenômeno que nos acompanha por toda a vida, em diferentes esferas<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> humana, não circunscritas à esfera escolar (TINOCO,<br />

2008).<br />

Assim, concebemos, tal qual Street (1984; 1988; 2003) e<br />

Kleiman (2001 [1995]), letramento como um fenômeno maior, tomado<br />

em suas implicações sociológicas, antropológicas e políticas mais<br />

amplas. Esse olhar, no entanto, não nos exime <strong>de</strong> reconhecer a<br />

centralida<strong>de</strong> do letramento escolar em nossa socieda<strong>de</strong>, o que nos<br />

remete à compreensão, fundada em Kleiman (2001 [1995]), <strong>de</strong> que a<br />

escola é a principal agência <strong>de</strong> letramento, sobretudo em <strong>de</strong>terminados<br />

contextos socioeconômicos e culturais, porém concordamos com a<br />

autora quando chama atenção para o fato <strong>de</strong> que<br />

69<br />

[...] a mais importante das agências <strong>de</strong> letramento,<br />

preocupa-se, não com o letramento, prática social,<br />

mas com apenas um tipo <strong>de</strong> prática <strong>de</strong> letramento,<br />

a alfabetização, o processo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong><br />

códigos (alfabético, numérico), processo<br />

geralmente percebido em termos <strong>de</strong> uma<br />

competência individual necessária para o sucesso<br />

e promoção na escola. Já outras agências <strong>de</strong><br />

letramento, como a família, a igreja, a rua como<br />

lugar <strong>de</strong> trabalho, mostram orientações <strong>de</strong><br />

letramento muito diferentes (KLEIMAN, 2001<br />

[1995], p. 20).<br />

Vale retomar, aqui, consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Tinoco (2008) <strong>de</strong> que a<br />

coexistência <strong>de</strong> termos como alfabetização, letramento, alfabetismo etc.<br />

alimenta incoerências <strong>de</strong> compreensão conceituais. Britto (2005) arrola<br />

quatro termos-conceito em uso hoje: letramento, alfabetização,

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