Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC
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Criminal (GALVÃO; DI PIERRO, 2007), além <strong>de</strong> ser pontual a<br />
preocupação com a manutenção da or<strong>de</strong>m social.<br />
A <strong>de</strong>speito do <strong>de</strong>sprestígio em relação ao ensino elementar, esse<br />
foi um período marcado por várias reformas educacionais com vistas à<br />
normatização e voltadas para minimizar a precarieda<strong>de</strong> do ensino básico<br />
(HADDAD; DI PIERRO, 2000). Afora essas reformas educacionais, a<br />
educação <strong>de</strong> adultos tinha um caráter filantrópico naquele momento<br />
histórico. O professor nada recebia pelas aulas ministradas aos adultos.<br />
Tal ativida<strong>de</strong> tinha, portanto, status <strong>de</strong> missão, contribuindo para a<br />
“regeneração” do povo (GALVÃO; DI PIERRO, 2007). Os enfoques,<br />
que nortearam tais reformas, trouxeram poucos resultados efetivos em se<br />
tratando da implementação da educação primária e foi isso que<br />
evi<strong>de</strong>nciou o censo <strong>de</strong> 1920. O recenseamento em questão, realizado<br />
trinta anos após o estabelecimento da República no país, apontou um<br />
índice <strong>de</strong> 72% <strong>de</strong> analfabetos.<br />
Segundo Haddad e Di Pierro (2000, p. 110), “[...] a Revolução<br />
<strong>de</strong> 1930 foi um marco na reformulação do papel do Estado no Brasil<br />
[...]”, o que parece possível inferir no texto da Constituição <strong>de</strong> 1934 ao<br />
propor um Plano Nacional <strong>de</strong> Educação. O Plano em questão foi fixado,<br />
coor<strong>de</strong>nado e fiscalizado pelo governo fe<strong>de</strong>ral e <strong>de</strong>limitou <strong>de</strong> maneira<br />
clara as esferas <strong>de</strong> competência da União, dos estados e municípios em<br />
se tratando <strong>de</strong> educação. Nesse plano, a União <strong>de</strong>veria incluir <strong>de</strong>ntre a<br />
normatização “[...] o ensino primário integral gratuito e <strong>de</strong> frequência<br />
obrigatória” (HADDAD; DI PIERRO, 2000, p. 110), o que, pela<br />
primeira vez, incluía a educação <strong>de</strong> jovens e adultos <strong>de</strong> maneira<br />
particularizada.<br />
Em 1938, com a criação do Inep – Instituto Nacional <strong>de</strong> Estudos<br />
Pedagógicos – foi regulamentada a preocupação com a redução<br />
sistemática do analfabetismo no Brasil. Ações internacionais<br />
corroboraram e ampliaram os esforços empregados nessa tentativa <strong>de</strong><br />
redução do analfabetismo. Exemplo disso foi o fato <strong>de</strong> a Unesco, em<br />
1945, ter <strong>de</strong>nunciado <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre países e ter apontado para a<br />
centralida<strong>de</strong> da educação no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das nações<br />
(HADDAD; DI PIERRO, 2000).<br />
De acordo com Haddad e Di Pierro (2000), ainda, o Estado<br />
brasileiro aumentou suas atribuições e responsabilida<strong>de</strong>s em relação à<br />
educação <strong>de</strong> jovens e adultos a partir <strong>de</strong> 1940, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma atuação<br />
pouco significativa nesse campo durante todo o período colonial, o<br />
Império e a Primeira República. Os esforços subsequentes, nas décadas<br />
<strong>de</strong> 1940 e 1950, resultaram na diminuição do percentual anteriormente<br />
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