Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC
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programa; os fazeres docentes em espaços <strong>de</strong> EJA sob duas óticas<br />
diferentes, visto que ao longo do processo houve substituição da<br />
professora alfabetizadora; a convergência do espaço escolar em prol da<br />
aprendizagem; a questão da evasão escolar etc.; no entanto, como já<br />
mencionamos, constituíram nosso eixo analítico os usos da escrita na<br />
dimensão extraescolar e escolar das alfabetizandas.<br />
Importa retomar sinteticamente, à guisa <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações finais,<br />
cada uma das perguntas que guiaram nosso olhar no processo analítico,<br />
bem como seus <strong>de</strong>sdobramentos, a partir do que elencaremos as<br />
contribuições <strong>de</strong>sta pesquisa que consi<strong>de</strong>ramos mais relevantes ao<br />
processo <strong>de</strong> alfabetização. Kleiman (2001b) atenta para o fato <strong>de</strong> que<br />
estudos <strong>de</strong>ssa natureza po<strong>de</strong>m se constituir como fonte e instrumento<br />
para a elaboração <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los e programas locais e para a formação e<br />
educação continuada <strong>de</strong> alfabetizadores <strong>de</strong> adultos, que tanto po<strong>de</strong>riam<br />
disseminá-los como construir conhecimentos a partir <strong>de</strong>les.<br />
O caminho teórico construído, com vistas a compreen<strong>de</strong>r esse<br />
universo complexo em que se insere a EJA – quer seja historicamente,<br />
quer seja relativamente às iniciativas educativas e aos indicadores<br />
sociais –, enfocou as questões relacionadas diretamente a ações<br />
educacionais institucionalizadas en<strong>de</strong>reçadas a essa parcela da<br />
população; logo, dadas em espaços escolares. Com esse enfoque,<br />
recorremos a teorizações <strong>de</strong> Haddad e Di Pierro (2000), Galvão e<br />
Soares (2010), a indicadores como Inaf (2009) e IBGE (2010), a<br />
documentos parametrizadores <strong>de</strong> iniciativas educativas voltadas a jovens<br />
e adultos, entre outras fontes. Observamos a partir <strong>de</strong>ssas discussões<br />
que, mesmo sendo o êxito <strong>de</strong> Santa Catarina superior ao da maioria dos<br />
estados brasileiros no que se refere à alfabetização <strong>de</strong> adultos, o<br />
<strong>de</strong>sempenho do estado ainda está aquém das expectativas oficiais e<br />
caminha para uma performance <strong>de</strong> inclusão efetiva <strong>de</strong>ssas pessoas no<br />
processo <strong>de</strong> alfabetização, pensando na apropriação/implementação dos<br />
usos da escrita <strong>de</strong>sses sujeitos.<br />
Consi<strong>de</strong>rando a heterogeneida<strong>de</strong> que é inerente a esses espaços<br />
educacionais pela dimensão social e cultural múltipla dos sujeitos que<br />
neles se inserem, julgamos pertinente contar com as teorizações sobre<br />
letramento. Não seria possível um estudo <strong>de</strong>ssa natureza, sem que<br />
fossem consi<strong>de</strong>rados os eventos e as práticas <strong>de</strong> letramento dos quais<br />
tomam parte essas mulheres, os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> letramento – autônomo e<br />
i<strong>de</strong>ológico – que subjazem às ações educativas escolarizadas, o conceito<br />
<strong>de</strong> letramentos que procura dar conta da heterogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usos da<br />
escrita, e, por fim, do letramento numa relação <strong>de</strong> continente da