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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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po<strong>de</strong>m ser explicadas pelas concepções diferentes acerca do processo<br />

educativo adotadas por essas duas participantes.<br />

Tais concepções são evi<strong>de</strong>nciadas em outros momentos <strong>de</strong> fala<br />

das alunas. Na fala <strong>de</strong> MG., por exemplo, há uma remissão à escola, ao<br />

processo, ao professor na perspectiva da ajuda recebida <strong>de</strong>les: (18) [...]<br />

sem a escola é muito difícil, a escola é a base, os professores ajudam,<br />

estão sempre ali explicando, ajudando, eu aprendi tantas coisas... (MG.,<br />

entrevista realizada em 12 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011). M., por outro lado,<br />

embora reconheça os aspectos positivos do processo, remonta, em sua<br />

fala, à perspectiva crítica que adota diante da instituição escolar como<br />

um todo:<br />

(19) Que nem o meu objetivo <strong>de</strong> fazer concurso, assim, é pouco<br />

[conteúdo, momentos <strong>de</strong> enfoque em questões mais pontuais<br />

<strong>de</strong> ensino], eu vou ter que pegar os livros e estudar bem<br />

mais. Porque só as pesquisas não vai me adiantar no<br />

concurso se um dia eu resolver fazer. A gente apren<strong>de</strong> muito<br />

[...] (M., entrevista realizada em 07 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011).<br />

Freire (2009 [1982]), ao discutir as ressignificações necessárias<br />

ao processo educativo à luz <strong>de</strong> uma acepção mais crítica, assevera que a<br />

alfabetização <strong>de</strong> adultos não po<strong>de</strong> mais ser tratada e realizada <strong>de</strong> forma<br />

autoritária, centrada na compreensão linear e homogênea da palavra por<br />

parte dos alfabetizandos, palavra doada pelo educador aos analfabetos,<br />

imprimindo ao processo caráter assistencialista e não transformador,<br />

crítico. O autor <strong>de</strong>fine essas posturas diante do processo educacional<br />

consi<strong>de</strong>rando os fazeres docentes e as concepções que subjazem a eles.<br />

Enten<strong>de</strong>mos, no entanto, que essas concepções acabam por ser adotadas<br />

pelos próprios educandos no movimento <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

institucional do aluno (KLEIMAN, 2001b, p. 274).<br />

Com relação à necessida<strong>de</strong> do uso do computador fora da<br />

escola, para MG. o uso <strong>de</strong>ssa ferramenta parece não ter utilida<strong>de</strong><br />

também fora do contexto escolar, assim como para E.. Já para M.,<br />

embora o principal uso do computador explicitado na fala seja por<br />

questões escolares, vemos uma urgência maior <strong>de</strong>la em apren<strong>de</strong>r a<br />

manusear com maior <strong>de</strong>streza o instrumento, talvez pela importância<br />

que isso tenha no contexto social <strong>de</strong> que ela é parte ou <strong>de</strong>seja ser; a filha<br />

tem um laptop; nos locais <strong>de</strong> trabalho há computadores; para ela, o uso<br />

do computador parece trazer consigo marcas <strong>de</strong> pertencimento em<br />

<strong>de</strong>terminado contexto social.

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