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Oliveira, Paula Felipe Schlemper de - UFSC

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<strong>de</strong>ste estudo, bem como para os seus <strong>de</strong>sdobramentos, retomados<br />

imediatamente após a <strong>de</strong>scrição dos perfis das três senhoras com que<br />

interagimos ao longo <strong>de</strong>sse tempo.<br />

7.1 DESCRIÇÃO DOS PERFIS<br />

As entrevistas que originaram essas <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> perfis<br />

constituíram o primeiro contato formal com as participantes <strong>de</strong>sta<br />

pesquisa. Elas foram realizadas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>, aproximadamente, um mês <strong>de</strong><br />

inserção em campo. Realizamos esse contato com todos os alunos da<br />

turma com o objetivo <strong>de</strong> traçar um panorama geral da composição da<br />

classe – constituída por oito alunos – e, principalmente, obter<br />

informações que permitissem <strong>de</strong>finir os participantes efetivos do estudo.<br />

O texto final que segue nas subseções passou pelo escrutínio da<br />

convivência com essas senhoras ao longo do período <strong>de</strong> inserção no<br />

campo <strong>de</strong> pesquisa.<br />

7.1.1 Em busca <strong>de</strong> apresentar E. 88<br />

E. é uma alfabetizanda <strong>de</strong> 51 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, casada e com três<br />

filhos. Cursa a EJA na escola em que se realizou este estudo há um ano<br />

e três meses e não conta com experiências anteriores <strong>de</strong> escolarização<br />

nessa modalida<strong>de</strong>. Sua única passagem anterior em instituição escolar<br />

foi quando criança, período em que cursou até a 4ª série, a qual<br />

abandonou aos doze anos. E. informa que, na época precisava trabalhar<br />

e não havia incentivo ao estudo em casa; trabalha há muitos anos<br />

cuidando <strong>de</strong> crianças em sua própria residência. Segundo informações<br />

das colegas que percorrem com E. o caminho até a escola, ela é muito<br />

conhecida na comunida<strong>de</strong>, tendo <strong>de</strong> interromper várias vezes o percurso<br />

para conversar com pessoas às quais ela já prestou serviço ou pessoas<br />

conhecidas em suas vivências naquele entorno.<br />

No momento da entrevista, ela informa ter sob seus cuidados<br />

nove crianças. Informa, também, estar preferindo crianças menores por<br />

<strong>de</strong>mandarem menos trabalho, mas que ainda, em função dos laços<br />

afetivos que acaba criando com as crianças, mantém algumas <strong>de</strong>las <strong>de</strong><br />

88 Estamos conscientes <strong>de</strong> que, em pesquisas com geração <strong>de</strong> dados a partir <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong><br />

tipo etnográfico, os participantes ten<strong>de</strong>m a ser referenciados por nomes fictícios. Optamos,<br />

porém, por não adotar esse comportamento aqui em razão do <strong>de</strong>sconforto que ele nos causa por<br />

conta do grau <strong>de</strong> artificialismo que traz consigo. Sentimo-nos mais à vonta<strong>de</strong> em referenciar<br />

tais participantes pela inicial <strong>de</strong> seus próprios nomes, grafada em itálico e seguida <strong>de</strong> ponto<br />

para evitar ambiguida<strong>de</strong>s com o uso <strong>de</strong> letras maiúsculas.

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