Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
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a ci<strong>da</strong>de pestiIenta: a medicina social e o espaco urban0 113<br />
<strong>do</strong>s, cortigos, estalagens e. hospe<strong>da</strong>rias, pride se alojava a maioria <strong>da</strong> populacSo<br />
trabalha<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> ct<strong>da</strong>de e o contingente numeroso e flutuante <strong>do</strong>s<br />
estraigeiros ue nela se detinham por tempo!imita<strong>do</strong>; armazens os mak<br />
varia<strong>do</strong>s esta % elecimentos vareiistas: moradias ~articulares; edlficlos publicos;<br />
escrit6rios de grandes. Lomianhias e bahcos.<br />
Entre as forgas que mats rofun<strong>da</strong>mente revolveram as entranhas<br />
desse pr6s ero e populoso emp rio n30 se pode deixar de incluir.as mor-<br />
S<br />
!<br />
tiferas ept emias que trromplam, quase to<strong>do</strong>s os anos, nos quarteiraes in-<br />
salubres <strong>do</strong> centro.<br />
Desde o tempo <strong>do</strong>s yice-reis, e mais ain<strong>da</strong> na primeira metade <strong>do</strong><br />
kculo XIX, o Rio de Janelro foi uma ci<strong>da</strong>de tnsalubre, assola<strong>da</strong> por freiientes<br />
epidemias. Mas, ao que tu<strong>do</strong> indica, a primeira grande epidemia<br />
!e febre amarela fustt ou a ci<strong>da</strong>de, com enorme v~rul&ncia, no period0<br />
d<br />
compreendi<strong>do</strong> entre ezembro de 1849 e setembro de 1850.<br />
Numa popula 90 de 166.000 habttantes, a <strong>do</strong>enga causou, segun<strong>do</strong><br />
as estimativas <strong>do</strong> m h ico <strong>Pereira</strong> Rego, 90.658 amarelentos e 4.160 mor-<br />
tos. No auge, que coincidiu com os meses "calmosos" de janeiro, feve-<br />
reiro e margo, fa mais de 80.90 vttimas por dia.<br />
Desde entlo, durante 59 anos a febre assolou a capital, assumin<strong>do</strong>,<br />
ern certos momentos, dimensdes de ver<strong>da</strong>deira hecatombe'. 1<br />
A PRlMElRA GRANDE EPlDEMlA DE FEBRE AMARELA<br />
Em 3 di dezembro de 1849, atracou no Rio de Janeiro a barca norte-<br />
-americana Navarro, que vtnha de Salva<strong>do</strong>r.<br />
Na<strong>da</strong> constan<strong>do</strong> sobre surto de febre-amarela que estava grassan<strong>do</strong> naquela<br />
ci<strong>da</strong>de, teve o navio livre prltica no porto. A noticia <strong>da</strong> epidemia chegou ao Rio<br />
somente a 13 de dezembro, elo navio D. Afonso. Alguns dias de ois, o consigna-<br />
tLio <strong>da</strong> buca Navarro vent!&-a, amedronta<strong>do</strong> com a enfermi<strong>da</strong>L ue grassava a<br />
bor<strong>do</strong>. A tripulac3o dispersou-se, sen<strong>do</strong> que alguns foram morar na%ospe<strong>da</strong>ria de<br />
urn americano chama<strong>do</strong> Frank, na rua <strong>da</strong> Miseric6ri<strong>da</strong>2.<br />
Essa hospe<strong>da</strong>ria foi o ponto de parti<strong>da</strong> <strong>da</strong>-e idemia. A<strong>do</strong>ecertm quase<br />
to<strong>do</strong>s os seus inguilinos e os mora<strong>do</strong>res de uas estalagens.proxrmas.<br />
Quan<strong>do</strong> em fevere~ro de 1850, a Academla Im erlal de Med~cina, depois<br />
de a1 ma relutincia, admitiu a existencia <strong>da</strong> fe re amarela na capital, ela<br />
Y<br />
i<br />
ji se avia instala<strong>do</strong> na Rua <strong>da</strong> Misericbrdia, nas vizinhan as <strong>da</strong>s raias<br />
<strong>do</strong>s Mineiros e <strong>do</strong> Petxe, e para as ban<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Prainha e <strong>da</strong> Sahde. gesses<br />
trCs ontos, propagou-se rapi<strong>da</strong>mente por to<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong>de, infundin<strong>do</strong> terror<br />
f opulaglo, apesar de o governo proibir, desde or primeiros dias,<br />
n publcaglo <strong>do</strong> obitdrio.<br />
De acor<strong>do</strong> com o relato <strong>do</strong> medico alemlo Bertol<strong>do</strong> Lallement, que<br />
B