15.04.2013 Views

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

o inicio <strong>do</strong> prore550 de ''rnodevniza~.?~'' no Rio de Jdneiro<br />

A ~POCA DE OUR0 DO VALE DO PARA/BA<br />

P<br />

A extinlso <strong>do</strong> trifico pro orcionou, momentaneamente, um grande estimulo<br />

a prosperi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> avoura cafeeira escravista <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Paraiba.<br />

Stanley Stein revela que os anos cinqiienta constituiram a dica<strong>da</strong> de our0<br />

<strong>do</strong> vale, grasas ao trafico interprovincial de escravos. Para sal<strong>da</strong>rem suas<br />

divi<strong>da</strong>s com os especula<strong>do</strong>res e traficantes, os senhores de engenho <strong>do</strong> Nordeste<br />

e RecGncavo Baiano, seriamente prejudica<strong>do</strong>s pela concorrCncia <strong>do</strong><br />

agGcar de beterraba no merca<strong>do</strong> europeu, passaram a se desfazer de suas<br />

"pegas" a pregos eleva<strong>do</strong>s, em proveito <strong>da</strong>s pr6speras fazen<strong>da</strong>s de cafk <strong>do</strong><br />

sudeste <strong>do</strong> pais.<br />

A despeito <strong>do</strong>s eleva<strong>do</strong>s impostos institui<strong>do</strong>s, entza para conter o<br />

trlfico, o numero de escravos na provincia <strong>do</strong> Rio de Janelro passou de<br />

119 mil, em 1844, para 370 mil, em 1877. De 1852 a 1859, nela ingressaram<br />

anualmente 5.500 escravos. Em 1877, S90 Faulo, Minas Gerais e<br />

Rio poyuiam 776.434 escravos, mais <strong>da</strong> metade <strong>do</strong> total existente em to<strong>do</strong><br />

o Imperio.<br />

Embora tenha abala<strong>do</strong> seriamente as pequenas fazen<strong>da</strong>s, o aumento<br />

<strong>do</strong> prego <strong>do</strong> escravo - que quase triplicou entre 1855 e 1875 - beneficiou<br />

os grandes fazendeiros, ao <strong>do</strong>brar os valores <strong>da</strong>s garantias que podiam oferecer<br />

para contrairem novos emprkstimos e expandirem seus cafezais. 0<br />

valor <strong>do</strong>s escravos elevou-se at6 o ico de 73% <strong>do</strong> valor <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s, <strong>do</strong>s<br />

cafezais, de sede e de outras ben P eitorias.<br />

Stein mqstra, inclusive, como se transformaram as feigaes arquitet6nicas<br />

e o est~lo de vi<strong>da</strong> nas grandes fazen<strong>da</strong>s, o que atribui, em arte,<br />

nova mentali<strong>da</strong>de adquiri<strong>da</strong> pelos filhos <strong>do</strong>s fazendeiros, forma 'f os na<br />

Corte ou no estrangeiro.<br />

Em seu clissico estu<strong>do</strong>, Sirgio Buarque de Hollan<strong>da</strong> ilumina outros<br />

efeitos econ8micos <strong>do</strong> colapso <strong>do</strong> trlfico que atuariam, de forma mais direta,<br />

sobre o espago urbano:<br />

Essa extins30 de um comCrcio que constituira a ori em de algumas <strong>da</strong>s maiores<br />

e mais dli<strong>da</strong>s fortunas brasileiras <strong>do</strong> tempo deveria, krgosamente, deixar em<br />

disponibili<strong>da</strong>de os capitais at4 entio comprometi<strong>do</strong>s na im ortagb de negros. A possib~li<strong>da</strong>de<br />

de interesd-10s firrnernente em outros ramos fe neg6cios nHo erapou a<br />

alguns esplritos esclareci<strong>do</strong>s. A pr6pria fun<strong>da</strong>s80 <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Brasil de 1851 esti,<br />

segun<strong>do</strong> parece, relaciona<strong>da</strong> corn um plano delibera<strong>do</strong> de aproveitamento de tais recursos<br />

na organizasio de urn grande instituto de crCdito. Maui, promotor <strong>da</strong> iniciativa,<br />

escreverl quase trinta anos mais tarde, em sua Exposz$o aos Cre<strong>do</strong>yes<br />

"Acompanhei corn vivo interesse a solugHo desse grave problems; compreendi que<br />

o contraban<strong>do</strong> 1-190 odia reerguer-se, desdr que a vontade nacional" estava ao la<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ministbrio que Lcretava a supressao <strong>do</strong> trifico. Reunir os capirais que se viam<br />

repentinamente desloca<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ilicito comCrcio e faze-10s convergir a um centro onde<br />

pudessem ir alimentar as for~as produtivas <strong>do</strong> pais, foi o pensamento que me surgiu<br />

na mente, ao ter a certaa de que aquele fato era irrevo ivel". Pode-se assim dizer<br />

que, <strong>da</strong>s cinzas <strong>do</strong> tdfico ne reiro, ria surgir un~a era 8e aparato sem precedentes<br />

em nossa hist6ria cornercial. b term8metro dessa transforrnagb s6bita pode ser for-<br />

neci<strong>do</strong> pelas cifras relativas ao comCrcio exterior <strong>do</strong> ImpCrio. At4 1850, nossas im-<br />

portagbes jamais tinhanl chega<strong>do</strong> a atingir a soma de sessenta mil contos por ano.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!