Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
190 a vira<strong>da</strong> <strong>do</strong> sdculo: aspectos conjunturah <strong>do</strong> perh<strong>do</strong> 1890-1900<br />
Cnicas ou de seguranpa. Ao que parece, no primeiro caso ordenavam o completo e<br />
imediato feehamento; no segun<strong>do</strong>, requeriam a visita <strong>do</strong> engenheiro de obras <strong>da</strong> IncendCncia<br />
para determinar melhorias ou a demoliq%o, total ou parcial, sobretu<strong>do</strong> em<br />
se tratan<strong>do</strong> de constru~des de madeira.<br />
A relac50 indicava cinco estala ens no Engenho Velho, 34 na freguesia de S%o JosC<br />
sen<strong>do</strong> 21 na Rua <strong>da</strong> ~isericbr8ia), duas na fre uesia <strong>do</strong> Sacramento e 11 na G16ria<br />
[<strong>do</strong>s quais xis na Kua Conselheiro Lnto ~istoa).<br />
0 engenheiro Miguel Guimaries escreveu um parecer muito interessante sobre duas<br />
estalagens vistoria<strong>da</strong>s por ele: a primeira, na Rua Santa Luzia nP 4, com 45 casinhas;<br />
a outra era a Estalagem <strong>do</strong> Bastos, situa<strong>da</strong> no morro <strong>do</strong> Castelo, na Rua Sio Sebastiio<br />
nP 15 e 37. Escrevia ele:<br />
Julgo que atualmente C este o maior nhcleo de habitasdes que existe no Rio<br />
de Janeiro; sausa realmente pasmo e admiragio enfrentar-se com este cortiso,<br />
<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> a baia, e onde reside ti0 avulta<strong>do</strong> nGmero de familias e indivi-<br />
duos de to<strong>da</strong> sorte.<br />
A composicio social diferencia<strong>da</strong> de seus mora<strong>do</strong>res refletia-se na fisionomia arquitetdnica<br />
diversifica<strong>da</strong> <strong>da</strong>s construcdes, que se hierarquizavam no tempo, remontan<strong>do</strong><br />
at6 1 origem dessa enorme estalagem, edifica<strong>da</strong> nos terrenos de uma antiga fazen<strong>da</strong><br />
ou chicara.<br />
Guimar3es indicava cinco grandes "quarteirdes" constitui<strong>do</strong>s de quartos que formavam<br />
a estalagem propriarnente dita; mencionava "casas" e tambkm um "chalk"<br />
constitui<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is grandes pridios, corn <strong>do</strong>is pavimentos, ca<strong>da</strong> qua1 ocupa<strong>do</strong> por<br />
uma familia. Havia a~n<strong>da</strong> a "casa grande", uma casa antiga e urn anexo divtdi<strong>do</strong> em<br />
17 habita des ("6 ro riamente uma casa de cdmo<strong>do</strong>s. To<strong>do</strong>s eles <strong>do</strong> habita<strong>do</strong>s por<br />
familias jecented gnalmente, urna casa velha habita<strong>da</strong> por uma d familia. Sornan<strong>do</strong><br />
quartos, cbmo<strong>do</strong>s, habitagdes etc., haveria nessa estalagem cerca de 148 uni<strong>da</strong>des<br />
de moradia.<br />
Em seu parecer, divergia <strong>do</strong> delega<strong>do</strong> de Higiene que pedira a demoligio <strong>da</strong>s duas<br />
estalagens, argumentan<strong>do</strong>:<br />
Me arece que por maior que seja a boa vontade <strong>da</strong> administracio municipal<br />
e a Ie n6s outros, seus auxlliares, em fornecer ao proletaria<strong>do</strong> <strong>do</strong> Municipio<br />
habitacdes perfeitamente confortiveis e a baixo prec;o, retiran<strong>do</strong>-o <strong>da</strong> pro-<br />
miscui<strong>da</strong>de vexatbria em que vive, devemos proceder corn o maior escrhpulo<br />
na condenac90 <strong>da</strong>s existentes, atenden<strong>do</strong> principalmente i escassez quase ab-<br />
soluta <strong>da</strong>qurlas, diante <strong>da</strong> qua1 esbarra o mais louvhel zelo.<br />
Quanto A Estalagem <strong>do</strong> Bastos, observa:<br />
0s <strong>do</strong>is edificios principais, pendura<strong>do</strong>s na encosta, parecem querer desabar<br />
a to<strong>do</strong> momento e o prlmeiro juizo <strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r C realmente: a demolig90<br />
completa e imediata!<br />
Nbs, porim, que saimos corn a responsabili<strong>da</strong>de de juiz e a quem muito repugna<br />
pecar por tolerantes para corn a classe que t b baixamente especula corn<br />
a pobreza, mas que tern <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> receio de cair no extremo oposto, modificamos<br />
infelizmente o nosso juizo a respeito, depois de ai passarmos trks horas<br />
em longo e minucioso exame.<br />
(...).quase to<strong>da</strong> a estalagem nio pode cientifica e legalmente ser demoli<strong>da</strong>, haverla<br />
nela pr&dios (...) onde habitariamos de bom gra<strong>do</strong> corn nossa familia (...).<br />
ARQUIVO Geral <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janeiro. C6dice 44-2-9, 30 folhas.<br />
. Idem, Cbdice 59-1-31, nio numera<strong>do</strong>.<br />
. HAHNER, J. E. ournal of interamerican studies and world affair$ 18(2) mai. 1976.<br />
As origens dessa 1' usofobia remontam, na.ver<strong>da</strong>de, aos tempos coloniais. Com con-<br />
teli<strong>do</strong>s histbricos distintos, as manifesta$es antilusitanas deram a tbnica a uma Grie<br />
de sublevac;des de base urbana: a guerra <strong>do</strong>s Mascastes e depois a revolugb Praieira,