Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
78 a generaliurr20 <strong>do</strong> trabalho &re: sua distribuiG20 serorial e espacial<br />
sobretu<strong>do</strong> no Rio de Janeiro, constituin<strong>do</strong>, sem dlivi<strong>da</strong>, fendmeno espe-<br />
cifico <strong>da</strong> transis30 <strong>do</strong> trabalho escravo para o trabalho livre.<br />
Argumentava ain<strong>da</strong>:<br />
Se to<strong>do</strong>s sXo concordes em que hi falta de brafos no pais para os servi -0s <strong>da</strong><br />
lavoura, porque se consente tanta gente desocupa<strong>da</strong> e entregue ao bcio e ao dekoche<br />
nas no as populosas ci<strong>da</strong>des (...).<br />
2 bern ver<strong>da</strong>de que nas principais ci<strong>da</strong>des <strong>do</strong> Impbrio, e especialmente aqui<br />
na Corte, j& se vai operan<strong>do</strong> a transif50 <strong>do</strong> trabalho escravo para trabalho livre, porque<br />
os transportes e outros misteres <strong>do</strong> tdfico e labutaclo <strong>da</strong> capital slo feitos em<br />
grande parte por brafos livres, sen<strong>do</strong> essa a r<strong>do</strong> por ue se v& hoje em dia rnenor<br />
nhmero de escravos obstruin<strong>do</strong> as ruas; mas o que inlica isso senlo urn prirneiro<br />
passo <strong>da</strong><strong>do</strong> para a nossa manumissb <strong>do</strong> trabalho escravo? S6 depois que nos povoa<strong>do</strong>s<br />
superabundern os bra~os livres, comecar5 a agricultura a ter gente livre para<br />
seus rudes trabalhos. A escravidlo hi de acabar prirneiro nos povoa<strong>do</strong>s?<br />
A DISTRIBUIC~O OCUPACIONAL DA POPULACAO<br />
TRABALHADORA NOS ANOS 1870<br />
Em 1872, a populaglo escrava existente no Rio de Janeiro era relativamente<br />
pequena - se tivermos em mente, como referenaa, a palsagem social<br />
apresenta<strong>da</strong> por Ewbank, em 1846. Havia 48.939 escravos num total<br />
de 274.972 habitantes. Em 1859 80 mil habitantes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de eram escravos,<br />
e o declinio se deve, principalmente, ao recrutamento para a guerra<br />
<strong>do</strong> Paraguai e ara as fazen<strong>da</strong>s de cafk.<br />
Encaran co-se, f porkm, a quest30 <strong>do</strong> Sngulo <strong>do</strong> novo rno<strong>do</strong> de produs30<br />
que se formava, os trabalha<strong>do</strong>res escravos constituiam, a~n<strong>da</strong>, 20,56O/0<br />
<strong>da</strong> populap5o trabalha<strong>do</strong>ra total <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de (238.240 pessoas).<br />
Nos trapiches, nos navios, bareasas e catraias, no sistema ortulrio,<br />
enfim, onde comesavam a ser introduzi<strong>da</strong>s as primeiras trans P ormac;6es<br />
tecnol6gicas, o cap~tal recrutava, sem maiores problemas, o trabalho brayal<br />
e sem ualificaslo <strong>do</strong>s homens livres e <strong>do</strong>s escravos que encontrava<br />
na ci<strong>da</strong>de. 4 egun<strong>do</strong> o Censo de 1872, <strong>do</strong>s 8.039 maritimos, a grande maioria<br />
era constitui<strong>da</strong> de homens livres; havia apenas 527 escravos (6,5%<br />
<strong>da</strong> cate oria).<br />
30 Censo figurava um enorme contingente de individeor sem profisslo<br />
defini<strong>da</strong> - 92.106 essoas (sen<strong>do</strong> 9.072 estrangeiros) - o que equivalia<br />
a 38,61% <strong>do</strong> total de tra ! alha<strong>do</strong>res. Nessa numerosa plebe, entregue a \a<strong>do</strong><br />
tip0 de "vira~lo", aos mais varia<strong>do</strong>s pequenos oficios e-servipos, mcluiam-<br />
-se 9.898 escravos (10,75% <strong>da</strong> categoria), em sua maioria, de ganho ou aluguel.<br />
0 Censo consignava a existencia de 25.686 "cria<strong>do</strong>s e jornaleiros",<br />
<strong>do</strong>s quais 5.785 (22,5S0h <strong>do</strong> total) eram escravos. 0s jornaleiros eram trabalha<strong>do</strong>res<br />
assalaria<strong>do</strong>s, que recebiam sob a forma de "diirias" - ou as yezes<br />
por pesas - e entre eles se incluiam muitos escravos de aluguel. A maior