Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
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a generaliurcJo <strong>do</strong> trabah livre: sua dktribukJo setorial e esparial 77<br />
muitos negros enga a<strong>do</strong>s na guerra <strong>do</strong> Paraguai, atuaram como pod~rosas<br />
forsas de succ;Zo so b re a populas50 escrava urbana <strong>do</strong> Rio de Janeiro. 0<br />
trabalha<strong>do</strong>~ escravo tornou-se, rapi<strong>da</strong>mente, escasso, caro, e sua manutensgo<br />
ant~econbmica, segun<strong>do</strong> a 16gica <strong>do</strong> novo mo<strong>do</strong> de produ@o (e<br />
de circulasilo) que abria caminho, transforman<strong>do</strong> o Rio numa ci<strong>da</strong>de capitalista.<br />
A contradisSo entre a potencializas50 <strong>da</strong> economia urbana - cujo<br />
eixo era a circula~50 de merca<strong>do</strong>rias - e a disponibili<strong>da</strong>de de mgode-obra<br />
escrava atuou no senti<strong>do</strong> de impulsionar a transifgo para o trabalho livre.<br />
Esta contradi SO n3o k apenas uma questgo de numeros. A bbica tkcnica,<br />
a "forsa pro d ut~va" <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de - a energia brasal <strong>do</strong> escravo - jl n5o correspondia<br />
As novas necessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> comkrcio internacional, h nova<br />
dinimica <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> capitalista mundial (aumento <strong>do</strong> volume e <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de<br />
de circula~90 <strong>da</strong>s merca<strong>do</strong>rias, provoca<strong>do</strong>s pela revolu@o industrial<br />
e pelas transformasties tecnol6gicas <strong>do</strong>s meios de transporte).<br />
Em Raizes <strong>do</strong> Brasil, Skr 'o Buarque de Holan<strong>da</strong> transcreve um depoimento<br />
que exprime muito % em o descontentamento <strong>do</strong>s setores conserva<strong>do</strong>res,<br />
mais duramente atingi<strong>do</strong>s pelas conseqiikncias <strong>da</strong> extins50 <strong>do</strong><br />
trlfico ne reiro, com os novos costumes e a febre especulativa que se apoderaram<br />
% a capital <strong>do</strong> impkrio nestes anos:<br />
Antes bons negros <strong>da</strong> costa <strong>da</strong> Africa para felici<strong>da</strong>de sua e nossa, a despeito<br />
de to<strong>da</strong> a m6rbi<strong>da</strong> filantro ia britinica que, esqueci<strong>da</strong> de sua pr6 ria casa, deixa morrer<br />
de fome o pobre irm& branm, escravo sem senhor que &le se compade~a, e<br />
hip6crita ou est6li<strong>da</strong> chora, exposta ao ridiculo <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de~ra filantropia, o fa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
nosso escravo feliz. Antes bons negros <strong>da</strong> costa ara cultivar os nossos campos firteis<br />
<strong>do</strong> que to<strong>da</strong>s as tetkias <strong>da</strong> Rua <strong>do</strong> Ouvi<strong>do</strong>r, 80 que vesti<strong>do</strong>s de um conto e quinhentos<br />
mil-riis para as nossas mulheres; <strong>do</strong> que laranjas a quatro vintCns ca<strong>da</strong> uma<br />
em um pais que as produz quase espontaneamente, <strong>do</strong> que milho e arroz, e uase<br />
tu<strong>do</strong> que se necessita para o sustento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana, <strong>do</strong> estangeiro, <strong>do</strong> que lnalmente<br />
empresas ma1 avisa<strong>da</strong>s, muito alCm <strong>da</strong>s legitimas for~as <strong>do</strong> pais, as quais, perturban<strong>do</strong><br />
as relacks <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, produzin<strong>do</strong> uma deslocag30 de trabalho, ttm<br />
promovi<strong>do</strong> mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong> a escassez e alto preco de to<strong>do</strong>s os viveres2.<br />
Polemizan<strong>do</strong>, em 1860, com esses politicos e fazendeiros escravocratas,<br />
que atribuiam, de um la<strong>do</strong>, ?I escassez de brasos escravos, de outro,<br />
?I excessiva procura nas ci<strong>da</strong>des, a causa <strong>da</strong> dramltica carestia <strong>do</strong>s gkneros<br />
alimenticios reinante na Corte e em outros centros populosos <strong>do</strong> ImpCrio,<br />
SebastiSo Ferreira Soares procurava demonstrar que a crise - "anorm;?<br />
e transit6ria9' - advinha, prinapalmente, <strong>da</strong> "imprevis?Lo" <strong>do</strong>s erandes agrlcultores,<br />
que desprezavam a cultura <strong>do</strong>s gkneros mai~ necessarios h vi<strong>da</strong>,<br />
alocan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o seu contingente de trabalha<strong>do</strong>res na produs90 <strong>do</strong>s gkneros<br />
de exportasgo.<br />
A produc;5o <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s de cafk <strong>da</strong> provincia <strong>do</strong> Rio de Janeiro ia<br />
de vento em popa, e na<strong>da</strong> impediria sua prosperi<strong>da</strong>de enquanto ach?ssem<br />
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escravos para comprar nas ci<strong>da</strong>des populosas, e mesmo nas provincias<br />
<strong>do</strong> norte e sul <strong>do</strong> ImpCrio". Ao mesmo tempo, chamava a aten 90 para<br />
o crescimento <strong>do</strong> pauperismo; a grande massa de pobres que se a astrava,<br />
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