15.04.2013 Views

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dular,p que nl0 significa que a estrutura social <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, em sua -queza<br />

empirica, se reduzisse a ela. Entre essas duas categorias compr~miam-se,<br />

em ntimero ca<strong>da</strong> vez maior, os homens llvres nlo-propr~etar~os, ex+i<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> universo <strong>do</strong> trabalho-por imposisiies a um so tem o econ6micas<br />

e ideol6gicas (trabalho consa ra<strong>do</strong> como ativi<strong>da</strong>de indign$. Fora <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de<br />

e <strong>do</strong> trabalho, nlo kes restava alternativa sen50 engrossarem o<br />

contingente <strong>do</strong>s desclassifica<strong>do</strong>s de ocupasiies mais ou menos incertas e<br />

aleatbias ou sem ocu aslo alguma.<br />

Nas piginas <strong>do</strong> ohio de Ewbank colhem-se vivi<strong>do</strong>s retratos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

que nos permitem visualizar as diversas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de trabalho-escravo<br />

urbano e os limltes extremos a que chegaya o emprego coercitlvo<br />

de sua forsa muscular na .mov~mentaslo <strong>da</strong>s ativl<strong>da</strong>des portubrias, no comCrcio<br />

ambulante, nas ofic~nas, nos cantelros de obras, no transportes <strong>do</strong>s<br />

senhores, em to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>minios, enfim, <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> soc~al:<br />

Sal <strong>da</strong> longa aveni<strong>da</strong> <strong>da</strong> Rua Direita, nlo longe <strong>da</strong> Alfindega, onde os transeuntes<br />

se v2em loucos atraves de pilhas de far<strong>do</strong>s, barris, trouxas, carrocas e negros<br />

barulhentos e sua<strong>do</strong>s. Nl0 h6 aqui carros puxa<strong>do</strong>s por quadrhpedes para o transpone<br />

de rnerca<strong>do</strong>rias. As bestas de tiro e as bestas de carga s90 os escravos. As cargas<br />

que arrastam, bem como os caminhos por que t&m de levar seus far<strong>do</strong>s, slo suficientes<br />

para matar burros e cavalos. Antigamente, poucos aparelhos corn ro<strong>da</strong>s eram<br />

usa<strong>do</strong>s na Alftnde a ualquer coisa era transporta<strong>da</strong>, de um lugar para outro, simplesmente<br />

arrasta 8 a .? pe o chlo. E muito desse process0 ain<strong>da</strong> C emprega<strong>do</strong> hoje em<br />

dia. (p.118)<br />

. *. . . . . . . . . . . . , . . . . .. . . .<br />

. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

Com urn amigo fui ao Consula<strong>do</strong>, que C uma seclo <strong>da</strong> Alfindega encarrega<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>s exportagaes. Grupos de escravos estlo continuamente a entrar, trazen<strong>do</strong> cafC para<br />

ser embarca<strong>do</strong> (...) A saca, que pesa 160 libras, repousa sobre a cabega e os ombros,<br />

e a marcha C um trote ou meia corri<strong>da</strong>. mCdia de vi<strong>da</strong> profissional de urn carrega<strong>do</strong>r<br />

de cafe n90 excede a dez anos. k.' o cab0 A desse tempo, aquele trabalho os arrebenta<br />

e mata.<br />

Passou urn grupo de quatorze escravos que traziam B cabefas enormes cestos<br />

rasos. De uma barcaga descarregavam carvlo mineral, que levavam para uma fundip90<br />

ou forja (...) a carga C leva<strong>da</strong> diretamente <strong>do</strong> navio para o lugar em que vai<br />

ser consumi<strong>da</strong>. E o que se dl corn o carvb, acontece corn tu<strong>do</strong> o mais: quan<strong>do</strong> urn<br />

artigo 6 posto 1 cabega de um negro, somente C rerira<strong>do</strong> no lugar em que deve ficar.<br />

(p.120)<br />

Este principio, importantissimo para decifrarmos a 16gica <strong>da</strong> ocupaslo<br />

<strong>do</strong> es aso na5i<strong>da</strong>de escravist?, valia tambCm para os carrega<strong>do</strong>res<br />

de cadeirin R as, no interior <strong>da</strong>s uais se escondiam as senhoras em suas<br />

visitas 1 parte comercial <strong>da</strong> cl<strong>da</strong> 3 e e para os negros em cujos ombros caval<br />

avam Romens e rapazes de guar<strong>da</strong>-chuvas, quan<strong>do</strong> as ruas eram inun<strong>da</strong>cfas<br />

or aguaceiros.<br />

Iwbank far constantes referhcias As deformasiies fisicas, sobretu<strong>do</strong><br />

nos membros inferiores, causa<strong>da</strong>s pel0 brutal esforso exigi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s escravos,<br />

cuja capaci<strong>da</strong>de de trzbalho era explorata ao m?ximo, no context0<br />

<strong>da</strong> acelera<strong>da</strong> expanslo <strong>do</strong> movimento comerc~al <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Observa tambCm<br />

que o transporte de to<strong>da</strong>s as cargas era executa<strong>do</strong> or turmas de carrega<strong>do</strong>res,<br />

sen<strong>do</strong> o compass0 coletivo <strong>da</strong> marcha escon <strong>do</strong> pel0 chocalho<br />

'r

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!