15.04.2013 Views

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

gia <strong>do</strong> rigi<strong>do</strong> patriarcalismo rural <strong>do</strong>s tempos <strong>da</strong> colbnia constjtuiam as<br />

unicas alternativas para essa cama<strong>da</strong> de remedia<strong>do</strong>s emperdeni<strong>do</strong>s.<br />

Prossegue Ewbank:<br />

Ensina<strong>do</strong>, assim, o jovem brasileiro a desdenhar caminhos dignos para sua<br />

independencia essoal - C licito per untar-se: como vivem eles? Do poder piblico,<br />

sempre que pJem. Mas o pais e potre, e os sllariqs, a n9o ser o <strong>do</strong> ~mpera<strong>do</strong>r, sb<br />

muitos baixos. Apesar disso, (...) co<strong>da</strong>s as repartigaes estio mais <strong>do</strong> que superlota<strong>da</strong>s.<br />

Ninha<strong>da</strong>s de di lomatas em embri9o procuram iniciar-se na carreira nos vlrios postos<br />

de attaobks. gnxames de jovens solicitam uma patente no exhito, e corn relas9o<br />

a isso se diz aqui que corn o tempo o nbmero de oficiais serl maior que o de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

A Igreja vem, logo ap6s o exCrcito, como a carreira mais procura<strong>da</strong> pelos que<br />

querem manter-se acima <strong>da</strong>s classes n90 privilegia<strong>da</strong>s. Ela, porCm, tosquiou mais cabe~as<br />

<strong>do</strong> que poderia abrigar em suas file~ras. Centenas de jovens tonsura<strong>do</strong>s n90 tem<br />

nenhuma fun 90 clerical. Obriga<strong>do</strong>s a rocurar fora <strong>da</strong> Igre'a outros meios de vi<strong>da</strong>,<br />

podem consicferar-se afortuna<strong>do</strong>s quan1o conseguem acumuiar o bastante para cornprar<br />

um ou <strong>do</strong>is negros, b expensas de cujos ganhos asseguram subsisttncia. Direito<br />

e Medicina s9o as duas outras sai<strong>da</strong>s que restam aos famintos para conseguir comi<strong>da</strong>,<br />

mas hi muito pouco lugar para os novos pretendentes. Desier abaixoita profiss90<br />

de mCdico 6 coisa que n90 podem fazer sem desonra. (p.179-80)<br />

Em seus passeios pela ci<strong>da</strong>+, Ewbank aponta constantemente homens<br />

brancos e livres reduzi<strong>do</strong>s a total indi encia. 0s mosteiros e conventos<br />

acolhiam cotidianamente a mu 7 tid3o de mendigos que<br />

perambulavam pelas ruas <strong>do</strong> Rio. Contu<strong>do</strong>, mesmo na condiflo comum<br />

de indigihcia, negros e brancos recebiam tratamento diferencia<strong>do</strong>.<br />

Se os jovens brancos remedia<strong>do</strong>s cobi~avam uma patente no edrcito,<br />

que transbor<strong>da</strong>va de oficiais, os poucos negros libertos fugiam dele<br />

como <strong>da</strong> forca. Vale a pena transcrever um trecho <strong>do</strong> Dilrio onde fica<br />

niti<strong>da</strong> a condiF3o <strong>do</strong> negro livre - trajeto diametralmente oposto ao <strong>do</strong><br />

homem branco reduzi<strong>do</strong> indigencia:<br />

Enquanto esperava o Coronel F... (...) vi passar (...) cerca de cento e cinqiienta<br />

negros (...), to<strong>do</strong>s eram escravos, menos um. Este calgava um par de velhos sapatos,<br />

simbolo de que cra um liberto. Orgulhosos de usarem o mesmo calga<strong>do</strong> ue os bran-<br />

cos, alguns negros pagam car0 tal satisfagb. Quan<strong>do</strong> o exkrcito precisa !e sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s,<br />

os recruta<strong>do</strong>res correm os olhos pelos negros. E destes, os que se dlo conta <strong>do</strong> pe-<br />

rigo, passam a an<strong>da</strong>r descalgos e com isso, b vezes, conseguem enganar os oficlais<br />

recruta<strong>do</strong>res, pois escravos n9o podem ser convoca<strong>do</strong>s. (p.278).<br />

Ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> numeroso contingente de escravos de anho, figurava<br />

o <strong>do</strong>s escravos <strong>do</strong>mbticos, e a fronteira entre as duas con ! isties podia ser<br />

bastante flui<strong>da</strong>. Esses Gltimos executavam os servi~os indispendveis manuten~9o<br />

<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de <strong>do</strong>mkstica ou <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong>de territorial urbana de<br />

seu senhor. Nas palavras de John Lucccock:<br />

To<strong>da</strong> a casa que se prezava era provi<strong>da</strong> de escravos, os quais se haviam en-<br />

sina<strong>do</strong> al umas ou mais artes comuns <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e que n90 somente trabalhavam nessas<br />

especialicfades para a familia a que pertenciam, como eram tambim aluga<strong>do</strong>s pelos<br />

seus semhores a pessoas nlo t9o bem provi<strong>da</strong>s quanto aqueles".

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!