Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
a ~ransfonna~rio <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Rio de Janciro no inicio <strong>do</strong> dculo XX 221<br />
Como dissemos, o porto <strong>do</strong> Rio de Janeiro tendia a perder import!naa<br />
como porto de tr9nsito ou reexportasZo, visto que as linhas europ61as<br />
agora fazlam escalas em to<strong>do</strong> o litoral brasileiro. Dai a necessi<strong>da</strong>de<br />
de modernizar, tambem, os sistemas portulrios regionais, que, nessa fase<br />
de "desenvolvimento para fora", constltuiam os pontos de articulac;5o <strong>do</strong>s<br />
diversos nhcleos agrlrio-exporta<strong>do</strong>res (ac;$car, cacau, borracha, etc.) com<br />
o merca<strong>do</strong> mundial. Rodrlgues Alves de~xara isso claro em sua Mensaem<br />
de maio de 1903. A riori<strong>da</strong>de atribui<strong>da</strong> ao Rio de Janeiro fora uma<br />
iecisto essencialmente poPidca, <strong>do</strong> nhcleo agiriwxporta<strong>do</strong>r hegembnico.<br />
0 porto carioca articulava-se, em ~ompensasZo, a uma zona tributaria<br />
que a expansgo <strong>da</strong>s ferrov~as ampllava ca<strong>da</strong> vez mals (5.910km de<br />
trilhos vinham <strong>da</strong>r na baia <strong>do</strong> Rio de Janeiro). Ain& segun<strong>do</strong> Georgelette:<br />
I? certo que, corn a abertura de novos portos em relagi3es diretas corn o es<br />
trangeiro, como os de Manaus, BelCm, Recife, Bahia, Espirito Santo e naturalmente<br />
outros, dentro de pequenos prazos o movimento comercial <strong>do</strong> porto <strong>do</strong> Rio de Janeiro<br />
poder-se-ia ressentir um pouco, deixan<strong>do</strong> de ser, como C hoje, o intermedidrio<br />
entre o combrcio europeu e o <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Norte.<br />
Recife, por exemplo tornar-se-5 com prejuizo <strong>do</strong> Rio de Janeiro, a principal<br />
esta~?io de carv?io na costa <strong>da</strong> Amirica <strong>do</strong> Sul e to<strong>do</strong>s os suprimentos comerciais <strong>do</strong><br />
Norte, ora feitos por intermbdio <strong>do</strong> orto fluminense, assareo a ser efetua<strong>do</strong>s por<br />
outros ortos mas r6ximos e ijpafmente bem aparelKa<strong>do</strong>s.<br />
bas duas infhncias, orem (...) que atuam para n6s de mo<strong>do</strong>s contrbrios,<br />
pre<strong>do</strong>minard naturalmente a 8e rosperi<strong>da</strong>de prbpria, cuja produ~io terd sempre de<br />
procurar a sua sai<strong>da</strong> natural pel nossa baia. (p. 41)<br />
R<br />
A mais importante via de enetra~30 era a E. F. Central <strong>do</strong> Brasil,<br />
na k oca corn cerca de 700 km. travessava o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio ate alcan~ar<br />
o va P e <strong>do</strong> Paraiba, em Barra <strong>do</strong> Pirai, onde se bifurcava: um ramal dirigiase<br />
a Minas, outro a S5o Paulo. No inicio <strong>do</strong> seculo, o govern0 unificara<br />
a bltola <strong>da</strong>s ferrov~as <strong>do</strong>s trCs esta<strong>do</strong>s, ara evitar os transbor<strong>do</strong>s de merca<strong>do</strong>rias.<br />
Atraves de Slo Paulo, o Rio j e Janeiro iria, em breve, articularse<br />
aos esta<strong>do</strong>s sulinos, corn a ligac;Zo <strong>da</strong> Central com a rede sul(1.740 km),<br />
explora<strong>da</strong>, em sua maior parte, por uma companhia belga. A Central estava<br />
vincula<strong>da</strong>, tambeln, a E. F. Noroeste de Slo Paulo, em constru~30,<br />
que avansava em dires50 ao rio Parani e ao Mato Grosso, para formar<br />
uma transcontinental.<br />
Em 1906, construia-se, ain<strong>da</strong>, a ferrovia <strong>do</strong> oeste, para alcansar<br />
Goids e poupar a viagem de mais de vinte dias que o gad0 exporta<strong>do</strong> por<br />
esse Esta<strong>do</strong> para o Rio de Janeiro era obriga<strong>do</strong> a fazer.<br />
A principal zona tributiria <strong>do</strong> porto era, porkm, o esta<strong>do</strong> de Minas<br />
Gerais, que enviava ao Distrito Federal cafk, teci<strong>do</strong>s e minerais como mangads<br />
(200.000 t: em 1906), ouro, diamantes. Outro item importante era<br />
o ga<strong>do</strong>, cuja exportas30 para o Rio aumentou de 98 mil cabesas em 1890<br />
para 273 mil em 1905 e 337.173 em 1906. Do gad0 abati<strong>do</strong> no mata<strong>do</strong>uro<br />
de !ants Cruz extraia-se ? couro, que servia como materia-prima para a<br />
industria local e constituia um <strong>do</strong>s produtos pr6prios de ex ortac;Zo <strong>do</strong><br />
Distrito Federal. Minas, por sua vez, recebia artlgos manu atura<strong>do</strong>s de<br />
P