Pereira Passos: Um Haussman - Portal da Prefeitura da Cidade do ...
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<strong>Um</strong> escravo ia acorrenta<strong>do</strong> a pesa<strong>do</strong> ro<strong>da</strong><strong>do</strong>. N%o se achara presente ao ser<br />
chama<strong>do</strong> ara o servi o,e seu <strong>do</strong>no, ira<strong>do</strong>, usou de tal mkto<strong>do</strong> para impedClo de no-<br />
vamente Eltar a0 trakalho. (p.119)<br />
Nas arcas de lata que os vende<strong>do</strong>res levavam A cabefa, achavam-se<br />
pinta<strong>do</strong>s o nome e o endereso <strong>do</strong>s <strong>do</strong>nos, e em meio aos seus preg6es e<br />
as melodm canta<strong>da</strong>s elos carrega<strong>do</strong>res ecoavam tambkm as vk~as<br />
"chama<strong>da</strong>s" convocan f o osnegros de ganho ao trabalho. Para recrutar<br />
calceteiros de rua, por exemplo, o capataz lansava o sinal martelan<strong>do</strong> numa<br />
alavanca de ferro. A descriffo <strong>da</strong> Escakz <strong>do</strong> Martelo ou Toque de C h d<br />
<strong>do</strong> Construtor 6 exemplar:<br />
A principio, intrigou-me uma espCcie de melodia, executa<strong>da</strong> regularmente de<br />
manhi, ao meio dia e A noite, corn o martelo. <strong>Um</strong> homem a'oelha-se numa prancha<br />
de an<strong>da</strong>ime e bate nela, ou no la<strong>do</strong> de uma viga, ou em quaiquer outra pega de madeira<br />
ue ressoe, e o faz de um mo<strong>do</strong> que somente uns poucos trabalha<strong>do</strong>res bem<br />
treinalos o mnseguem. 0s sons alcan(~ grande distincia, e ai <strong>do</strong> esmvo que, ao<br />
soar o Gltimo golpe <strong>do</strong> martelo, n90 se encontrar em seu post0 com a trolha a enxa<strong>da</strong><br />
ou a serra de mS0. (...) <strong>do</strong>is ou trb golpes fortes iniclais, a seguir uma skie de<br />
golpes ca<strong>da</strong> vez mais ripi<strong>do</strong>s e de menor intensi<strong>da</strong>de at6 tornarem-se inaudiveis; depois<br />
as bati<strong>da</strong>s se vi0 processan<strong>do</strong> em ordern inversa, ath terminarem numa triplice<br />
e enfa'tica ameaga. Traduzin<strong>do</strong> em palavrd: "Esti ouvin<strong>do</strong> ? EntSo corra. Depressa!<br />
Sen20 ... leva uma surra! (p.181)<br />
Com a argGcia de um espirito liberal, de um self made man imbui<strong>do</strong><br />
<strong>da</strong> etica protestante <strong>do</strong> trabalho, Ewbank discerne, com muita clareza,<br />
o fosso profun<strong>do</strong> e irreconciliivel que separava a condig30 de branco<br />
livre <strong>da</strong> condi~30 escrava, as escassas alternativas que aquela socie<strong>da</strong>de medularmente<br />
cindi<strong>da</strong> oferecia cama<strong>da</strong>, ca<strong>da</strong> vez mais numerosa, de pequenps<br />
proprietirios e nfo-proprietlios sob o manto <strong>do</strong> poder e <strong>do</strong><br />
prest~gio <strong>do</strong>s grandes senhores rurais e <strong>do</strong>s opulentos comerciantes Investi<strong>do</strong>s<br />
de titulos nobiliLquicos.<br />
Conforme se IC em suas notas:<br />
A inevithel tendencia <strong>da</strong> escravidio por to<strong>da</strong> parte 6 tornar o trabalho uma<br />
ativi<strong>da</strong>de desonrosa; e os resulta<strong>do</strong>s disso <strong>do</strong> altamente malkficos, pois tal tendencia<br />
inverte a ordem natural e destr6i a harmonia <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. A escravid30 negra k regra<br />
no Brasil, e as brasileiros se retraem como horroriza<strong>do</strong>s ante qua1 uer emprego<br />
manual. Dentro <strong>do</strong> espirito <strong>da</strong>s classes privilegia<strong>da</strong>s de outros Iizem os brasileiros<br />
que nio nasceram para trabal)ar, mas ara man<strong>da</strong>r. Pergunta-se a um jovem<br />
brasileiro de familia respelthel, y m em m!s condiglh eon6micas, porque nio<br />
a rende um oficio e passa a gan ar sua vi<strong>da</strong> com independencia e, nove vezes em<br />
&z, ele tremeri de indignaflo, e perguntari se se quer insulti-lo! 'I'rabalharl? - re<strong>da</strong>rguiu<br />
um deles. - Temos os negros para isso! Sim, centenas e centenas de familias<br />
tern urn ou <strong>do</strong>is escravos, cujos ganhos constituem sua Gnica fonte de sustento. (p.179)<br />
0 funcionalismo - dignifica<strong>do</strong> pel0 simbolo <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r - e o co-<br />
mbrcio, que ia se impon<strong>do</strong> aos preconceitos <strong>da</strong>quela socle<strong>da</strong>de que emer-