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isto em “História do Brasil” 90 : “A luta dos ingleses contra o tráfico de escravos não tinha<br />

qualquer caráter humanitário. A Inglaterra preocupava-se primordialmente em<br />

defender seus interesses econômicos, pois como nação industrial buscava ampliar o<br />

mercado consumidor para seus produtos. Não foi por outra razão que a Inglaterra<br />

aboliu a escravidão em suas colônias do Caribe. Porém, naquele momento, a produção<br />

agrícola realizada pelo negro livre revelou-se cara do que a feita em regime de<br />

escravidão, tornando os produtos caribenhos competitivos no mercado internacional.<br />

Assim, ao impor a extinção do tráfico de escravos para o Brasil e defender a adoção<br />

trabalho livre, a Inglaterra estava preocupada não só em garantir mercados para seus<br />

produtos industriais como também em assegurar a competitividade dos produtos<br />

agrícolas de suas colônias. Portanto, a decretação Bill Aberdeen em 1845 representou, na<br />

verdade, um poderoso instrumento de defesa acumulação capitalista inglesa.”<br />

2. Para muitos abolicionistas, era preciso acabar com a escravidão para modernizar suas<br />

nações. No caso da Inglaterra, o fim da escravidão atrelava-se à emergência da revolução<br />

industrial. Escravos não podiam ser consumidores, pois não recebiam remuneração.<br />

Darwin era um capitalista extremamente ligado à estrutura econômica de sua nação, daí<br />

não ser nenhuma novidade sua adesão a esses ideais abolicionistas.<br />

3. Em “O que é racismo” 91 , Joel Rufino do Santos, referindo-se, especificamente aos<br />

abolicionistas brasileiros, afirma que, para estes: “era preciso acabar com a escravidão<br />

para aliviar o sofrimento dos pobres pretos.” “Ora”, completa o autor: “compaixão pelos<br />

pretos é o mesmo que, por exemplo, compaixão pelos pobres macacos, que estejam<br />

sofrendo de alguma forma.”<br />

Não se pode duvidar, também, que Charles Darwin nutria de grande sensibilidade<br />

por todos os seres vivos. Tanto é verdade que dedicou boa parte de sua vida pesquisando<br />

determinados tipos de crustáceos, entre muitos outros animais. Contudo, o fato dele sentir<br />

compaixão por aquele escravo que padecia nas mãos do seu senhor, no Brasil, não diz<br />

absolutamente nada sobre seus “sentimentos de igualdade racial.” Assim como ele não<br />

suportava o sofrimento de um cão, não achava igualmente tolerável o sofrimento de um<br />

negro. Se essa assertiva não tivesse lá sua lógica, não escreveria ele, por exemplo, a<br />

seguinte "previsão": “No futuro, não muito longínquo, se medido em termos de séculos,<br />

num determinado ponto as raças humanas civilizadas terão exterminado e substituído<br />

quase por completo as raças selvagens em todo o mundo. No mesmo período os símios<br />

antropomorfos, conforme tem observado o prof. Schaaffhausen, terão sido sem dúvida<br />

exterminados. A fratura entre o homem e os seus mais próximos afins se tornará então<br />

ainda mais ampla, visto que será fratura entre o homem, num estágio ainda mais<br />

civilizado do que aquele caucásico (é o que esperamos nós) e alguns símios inferiores<br />

como o babuíno, ao invés de ser entre o negro ou o australiano e o gorila.” 92<br />

É isso!<br />

A taxonomia racista de Henri V. Vallois<br />

Fuçando numa dessas férteis bibliotecas da<br />

Universidade de São Paulo, deparei-me com o livro “As<br />

Raças Humanas”, de Henry V. Vallois (“Professeur du<br />

Muséum National d’Histoire Naturelle - Directeur du<br />

Musée de I’Homme et de I’Institut de Paléontologie<br />

humaine”), traduzido e publicado no Brasil pela antiga<br />

Difusão Européia do Livro, em 1954.<br />

Originalmente o livro (“Les Races humaines”) foi<br />

escrito em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, ou<br />

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