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4. Tornou-se público o que antes era o negócio secreto da paleontologia, ou<br />

seja o gradualismo: "A história de muitas espécies fósseis inclui duas características<br />

particularmente incoerentes com o gradualismo:<br />

1 Estase. Muitas espécies não exibem qualquer mudança direcional durante sua estada<br />

na Terra; aparecem no registro fóssil com um aspecto muito semelhante ao que tinham<br />

quando se extinguiram; a mudança morfológica é geralmente limitada e sem direção.<br />

2. Aparecimento súbito. Em qualquer área restrita, uma espécie não surge gradualmente<br />

pela transformação contínua dos seus ante passados, mas sim de uma vez só e<br />

"completamente formada" (p. 163).<br />

5. O Equilíbrio Pontuado é uma alternativa ao gradualismo darwinista,<br />

elaborado como conseqüência da lacuna fóssil encontrada na Teoria da<br />

Evolução: “De fato, se não invocarmos uma mudança descontínua por peque na<br />

alteração nas taxas de desenvolvimento, não vejo como seriam possíveis muitas das<br />

principais transições evolutivas.” (p. 173)<br />

É isso!<br />

A crítica de Gould ao genecentrismo de<br />

Dawkins<br />

O falecido Stephen Jay Gould, respeitado darwinista e<br />

um dos idealizadores da teoria denominada Equilíbrio<br />

Pontuado ou Pontualismo, também foi um crítico de<br />

Richard Dawkins, especialmente no que concerne as<br />

especulações deste no âmbito dos genes. Sobre isso,<br />

escreveu em "O Polegar do Panda": "Por ironia, a<br />

teoria de Dawkins chegou justamente numa altura em que cada vez mais evolucionistas<br />

estão rejeitando a suposição panselecionista de que todos os pedaços do corpo são<br />

modelados no cadinho da seleção natural. Pode ser que muitos genes, se não todos,<br />

trabalhem igualmente bem (ou, no mínimo, suficientemente bem) em todas as suas<br />

variantes, e que a seleção não escolha entre eles. Se a maioria dos genes não se apresenta<br />

à revista, então eles não podem constituir a unidade da seleção.<br />

Penso, em resumo, que o fascínio gerado pela teoria de Dawkins é fruto de alguns<br />

maus hábitos do pensamento científico ocidental — das atitudes (perdoem-me o jargão)<br />

que denominamos atomismo, reducionismo e determinismo: a ideia de que os todos<br />

po-dem ser compreendidos por decomposição em unidades "básicas"; de que as<br />

propriedades das unidades microscópicas podem gerar e explicar o comportamento de<br />

resultados macroscópicos; de que todos os acontecimentos e objetos têm causas<br />

previsíveis, definidas e deter-minadas. Essas ideias têm sido eficazes no estudo de objetos<br />

simples, constituídos por poucos componentes e sem a influência de uma his-tória<br />

anterior. Tenho absoluta certeza de que meu fogão se acenderá quando eu o ligar (e<br />

acendeu). As leis dos gases, construídas a partir das moléculas, levam-nos até as<br />

propriedades previsíveis de volumes maiores. Mas os organismos são muito mais do que<br />

amálgamas de genes. Têm uma história que não podemos desprezar; suas partes<br />

interagem de maneiras complexas. Os organismos são construídos por genes atuando em<br />

concerto, são influenciados pêlos ambientes e tra-duzidos em partes que a seleção vê e<br />

partes que ela não vê. As molé-culas que determinam as propriedades da água<br />

constituem uma po-bre analogia dos genes e dos corpos. Posso não ser o senhor do meu<br />

destino, mas minha intuição da totalidade provavelmente reflete uma verdade<br />

biológica.”<br />

362<br />

É isso!<br />

310

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