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de determinadas partes, ao perecimento, à transformação em órgãos de outras<br />
determinadas partes.<br />
A influência das “circunstâncias exteriores” foi absurdamente exagerada por<br />
Darwin: o que há de essencial no processo vital é precisamente a imensa potência<br />
formadora, que cria formas de dentro para fora, que utiliza e explora as “circunstâncias<br />
exteriores.” As novas formas criadas de dentro para fora, não são formadas em vista de<br />
uma finalidade; mas, na luta das partes, uma forma nova não permanecerá por muito<br />
tempo sem relação com uma utilidade parcial, e com o decorrer do tempo, conforme o<br />
uso que dela faça, plasmará a si própria uma forma mais perfeita.<br />
Anti-Darwin<br />
Que valor definitivo pode ter a domesticação dos homens? Ou terá a domesticação<br />
sempre um valor definitivo? Existem razões para negarmos esta última proposição.<br />
É verdade que a escola de Darwin fez grandes esforços para nos persuadir do<br />
contrário: ela quer que a influência da domesticação possa tornar-se profunda e até<br />
fundamental. Provisoriamente ficamos no passado: até hoje apenas foi demonstrada<br />
uma influência toda superficial da domesticação — ou ainda, a degenerescência. E tudo<br />
quanto consegue escapar-se da mão humana e de seu adestramento volve quase<br />
imediatamente ao seu estado natural. O tipo permanece constante: não se pode<br />
“dénaturer la nature.”<br />
Confia-se na luta pela existência, na morte dos seres fracos e na sobrevivência dos<br />
mais robustos e melhor dotados; conseqüentemente imagina-se um aumento contínuo da<br />
perfeição dos seres. Em compensação temos comprovado que na luta pela vida, o acaso<br />
serve tanto aos fracos quanto aos fortes e que muitas vezes a astúcia supre o vigor com<br />
vantagem, que a fecundidade da espécie se encontra numa relação singular com as<br />
“chances” da destruição.<br />
(...) tempo lentas e infinitas: querem crer que todo proveito transmite por<br />
hereditariedade e se manifesta nas gerações seguintes, com urna intensidade sempre<br />
maior (embora realmente a hereditariedade seja tão caprichosa...); encontram em certos<br />
seres a assimilação feliz às condições vitais determinadas e declaram que foi obtida por<br />
influência do ambiente.<br />
Mas em nenhuma parte encontram exemplos de seleção inconsciente (de nenhuma<br />
espécie). Os mais díspares indivíduos unem-se, os mais extremos misturam-se à massa.<br />
Tudo concorre a manter seu tipo; os seres que possuem caracteres exteriores, que os<br />
protegem contra certos perigos, não os perdem quando submetidos às circunstâncias em<br />
que vivem sem perigo... Se transportados a lugares onde a roupagem cessa de escondêlos,<br />
absolutamente não se transformam para se reaproximarem do ambiente.<br />
Exageraram a seleção dos seres mais belos a ponto que sobrepassaria em muito o<br />
instinto de beleza de nossa própria raça! Realmente o mais belo ajusta-se perfeitamente<br />
às criaturas deserdadas, o maior ao menor. Quase sempre vemos o macho e a fêmea<br />
aproveitarem-se de cada momento do acaso sem se apresentarem indecisos na escolha.<br />
— Há modificação pelo clima e pela nutrição, mas na realidade é diferente.<br />
Não há formas intermediárias.<br />
Pretendem que haja o desenvolvimento na evolução dos seres; mas falta qualquer<br />
fundamento a essa teoria. Cada tipo possui seus limites: além destes não há evolução. Até<br />
lá existe regularidade absoluta.<br />
Minhas principais opiniões. — Primeira proposição: o homem como espécie não<br />
está em progresso. Realizam-se tipos superiores, porém não se conservam.<br />
O nível da espécie não se eleva.<br />
Segunda proposição: o homem, enquanto espécie, não realiza um progresso em<br />
comparação com qualquer outro animal. O mundo animal e vegetal, em seu conjunto,<br />
não se desenvolve do inferior ao superior... Tudo se faz ao mesmo tempo, a torto e a<br />
direito, superpondo-se, contrapondo-se... As formas mais complexas e mais ricas — a<br />
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