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adaptados, levam os proveitos. A vida não tem vencedores. O gênio literário de Machado<br />

procurou despertar em nós um sentimento crítico quanto ao absurdo da teoria do<br />

Humanitismo de Quincas Borba e, ao correr da leitura do romance, sentimos crescer um<br />

sentimento de profunda compaixão pela sorte de Rubião, muito embora o suposto relator<br />

pareça concordar com o cinismo da fórmula de Quincas Borba. Identifícamo-nos<br />

finalmente, sem querer, com a angústia do abandono, da loucura e da morte do antiherói.<br />

Machado não seria, em suma, nietzscheano, mas schopenhaueriano. É a<br />

compaixão o nosso único recurso contra a miséria existencial da humana conditio.<br />

O processo de seleção espartana, em parceria com o de seleção sexual, pode com<br />

certeza ser deduzido da observação da natureza, especialmente nos grupos de macacos<br />

superiores. Na hierarquia animal, o domínio do grupo pelo macho mais forte constitui,<br />

em si mesmo, um sistema de distinta desigualdade. O animal dominante é mais livre em<br />

seus movimentos, come melhor, vive mais tempo, goza de melhor saúde e dispõe de<br />

melhores e mais numerosas oportunidade de conjugação sexual.<br />

De certo modo, dispõe também de maior segurança, pois são os jovens machos<br />

inferiores, expulsos para a periferia do grupo, os primeiros a enfrentar os ataques de<br />

serpentes venenosas e carnívoros predatórios. A observação cuidadosa dos primatas<br />

demonstra que o mais forte é, psicologicamente, mais equilibrado. O indivíduo<br />

hegemônico é, em suma, feliz! A elite dominante é uma elite satisfeita e reprodutora -<br />

uma constatação brutal da ciência que nada tem a ver com nossas belas ilusões<br />

filantrópicas, igualitaristas, democráticas e solidárias, pois o que prevalece na natureza<br />

é o egoísmo mesmo, o egoísmo feroz, a injustiça. Na natureza, não há dúvida, ao<br />

vencedor cabem as batatas...” 111<br />

É isso!<br />

Darwin e o "darwinismo criador<br />

soviético"<br />

"Culpar Darwin pela eugenia é como<br />

condenar Einstein pelas catástrofes em<br />

Hiroshima e Nagasaki", justificam os<br />

darwinistas com a clara intenção de isentar o<br />

naturalista inglês da pecha do darwinismo<br />

social, o qual fora responsável por inúmeras<br />

ideologias racistas nos primórdios do século XX,<br />

sendo a principal delas o nazismo alemão de<br />

Adolf Hitler.<br />

É óbvio que a construção do nazismo deu-se mediante uma série de questões:<br />

políticas, sociais e até religiosos. A crise alemã decorrente da sua derrota na Primeira<br />

Guerra Mundial foi, por exemplo, um fator decisivo que conduziu o povo alemão a apoiar a<br />

loucura hitleriana. Todavia, em termos de sustentação ideológica, os ideais darwinistas de<br />

"sobrevivência dos mais aptos" foram, sem a menor sombra de dúvidas, preponderantes na<br />

criação da doutrina nazista de uma "raça superior", que deveria prevalecer sobre a "raça<br />

degradada", os judeus obviamente. Entre as inúmeras acusações que os nazistas faziam em<br />

relação aos "filhos de Israel", uma referia-se ao fato deles “não terem superado a fase<br />

primitiva da evolução humana.”<br />

O conceito eugenista nasceu e se desenvolveu a partir do princípio da Seleção<br />

Natural, da forma como Darwin defendeu em seu livro "A Origem do Homem e a Seleção<br />

Sexual": "A seleção permite ao homem agir de modo favorável, não somente na<br />

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