Download - eBooksBrasil
Download - eBooksBrasil
Download - eBooksBrasil
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
certos peixes, como o peixe-cão. Está muito desenvolvida nas duas classes<br />
inferiores da série de mamíferos, isto é, nos monotremos e nos marsupiais, bem<br />
como em outros poucos mamíferos superiores, como o cavalo-marinho. Mas no homem,<br />
nos quadrúmanos e na maioria dos outros mamíferos, conforme todos os anatomistas<br />
têm admitido, se reconhece como simples rudimento que leva o nome de prega similunar<br />
(35)”, p. 28. O grifo é meu.<br />
Agora, vejamos a nota referente à afirmativa acima:<br />
35) Müller, Elements of Physiology, trad. inglesa, 1842, vol. II, pg. 1117. Owen,<br />
Anatomy of Vertebrates, vol. III, pg. 260; ibidem sobre o cavalo-marinho, «Proc. Zoolog.<br />
Soe.», 8 de novembro de 1854. Cfr. também E. Knox, Great Artists and Anatomists, pg.<br />
106. Este rudimento é aparentemente um pouco mais extenso nos pretos e<br />
nos australianos do que nos europeus; cfr. Cari Vogt, Lectures on Man, tradução<br />
inglesa, pg. 129.<br />
Perceberam?<br />
Inicialmente ele diz que um determinado traço biológico está muito mais<br />
desenvolvido nas classes inferiores da série de mamíferos. Na nota, ele acrescenta que tal<br />
característica é um pouco mais extensa nos pretos e nos australianos do que nos europeus.<br />
A expressão “mamíferos inferiores” refere-se aos animais considerados os mais antigos na<br />
“escala evolutiva.” Em outras palavras: são aqueles que – biologicamente - mantêm<br />
características mais próximas de seus remotos ancestrais. Os “pretos e australianos”, no<br />
pensamento de Darwin, são os povos que conservam mais características comuns com os<br />
ancestrais humanos. Já os brancos europeus, por supostamente estarem “mais avançados”<br />
no processo evolutivo, estão assim mais distantes – biologicamente – desses mesmos<br />
ancestrais.<br />
Vale ressaltar que as tais “superioridade e civilidade” dos capitalistas da Europa da<br />
época de Darwin culminaram, por exemplo, na exploração econômica e dominação política<br />
dos países da Ásia e África, naquilo que ficou conhecido por Imperialismo, que ainda<br />
hoje faz transparecer suas consequências nefastas em muitas das citadas regiões.<br />
É isso!<br />
Charles Darwin: abolicionista e<br />
racista<br />
Um dos argumentos comumente utilizados<br />
pelos darwinistas na defesa de que Charles<br />
Darwin não era racista, refere-se ao fato de ser ele<br />
um abolicionista, como se a simples adesão ao<br />
abolicionismo fosse indício de ojeriza aos ideais<br />
de superioridade racial. .........................<br />
Sim, que Darwin fosse abolicionista, não há<br />
nenhuma dúvida quanto a isso. Não apenas ele, como boa parcela da população da<br />
Inglaterra também era favorável à abolição da escravatura. Isso, no entanto, não impediu<br />
que esses mesmos ingleses dominassem, à base de seu poderio bélico, os povos africanos,<br />
explorando suas riquezas e dizimando suas vidas.<br />
O argumento de que fazem uso os devotos de Darwin em sua defesa, falha por três<br />
razões básicas, a saber:<br />
1. Darwin era um cidadão inglês, e como todo bom inglês vitoriano, era orgulhoso de sua<br />
nação. A Inglaterra, como se sabe, era contrária à escravidão, todavia, sua luta contra o<br />
sistema escravocrata não tinha qualquer caráter humanitário. José Dantas discorre sobre<br />
99