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suas veias corre o sangue das mais humildes criaturas. Quanto a mim, quisera antes ter<br />

descendido daquela pequena e heróica macaquinha que desafiou o seu terrível inimigo<br />

para salvar a vida do próprio guarda; ou daquele velho babuíno que, descendo da<br />

montanha, levou embora triunfante um companheiro seu jovem, livrando-o de uma<br />

matilha de cães estupefatos, ao invés de descender de um selvagem que sente prazer em<br />

torturar os inimigos, que encara as mulheres corno escravas, que não conhece o pudor e<br />

que é atormentado por enormes superstições." 72<br />

É isso!<br />

Charles Darwin e os deficientes<br />

mentais<br />

Quando se estuda os vultos históricos antigos, o bom<br />

senso ordena que se levem em conta o contexto<br />

histórico em que estavam inseridos. Todavia, isso não<br />

significa dizer que se deva renegar às traças o que de<br />

ruim eles disseram ou escreveram. Se não se deve<br />

enquadrá-los no “politicamente correto”, também<br />

não se pode ignorar suas intenções ideológicas.<br />

Referindo-se, por exemplo, aos deficientes mentais,<br />

Charles Darwin não apenas destilou sua visão<br />

preconceituosa, como, a partir dela, tentou aplicar<br />

sua teoria no que concerne ao comportamento dos<br />

que ele rotulou de “idiotas.” Os enxertos, a seguir,<br />

extraídos de dois de seus livros são uma pequena mostra de como ele lidou com a questão:<br />

"Neste caso se apresentam várias monstruosidades e algumas, como a abertura do<br />

céu da boca, podem ser às vezes hereditárias. Para a nossa finalidade será suficiente<br />

ater-nos à sustação do desenvolvimento do cérebro de idiotas microcéfalos, conforme<br />

vem descrito nos apontamentos de Vogt. O seu crânio é menor e as pregas do cérebro são<br />

menos complexas do que no homem normal. A arcada supraciliar é largamente<br />

desenvolvida e as maxilas sobres-saem de maneira espantosa, a ponto de dar a<br />

impressão que estes idiotas são tipos inferiores do gênero humano. A sua inteligência e<br />

muitas das faculdades mentais são extremamente fracas; não chegam a adquirir a<br />

faculdade de falar e são total-mente incapazes de fixar prolongadamente a atenção,<br />

embora sejam exímios em imitação. São fortes e notavelmente ativos, andam depressa e<br />

a passos miúdos, saltitam e fazem trejeitos e denguices. Sobem as escadas em quatro<br />

pernas e têm um estranho desejo de trepar nos móveis e nas árvores. Faz-nos lembrar o<br />

prazer que quase todos os rapazes possuem de trepar nas árvores e também o<br />

divertimento que a cabra e os cabritos, animais alpinos por origem, experimentam em<br />

saltar nas saliências elevadas do terreno, mesmo que estas sejam muito pequenas. Os<br />

idiotas fazem lembrar os animais inferiores também em razão de alguma outra<br />

característica: citam-se alguns casos relativos à tendência que possuem de cheirar todo<br />

bocado de alimento antes de comê-lo. Dizem que um idiota usa muitas vezes a boca para<br />

catar os piolhos, ajudando assim as mãos. São frequentemente relaxados no vestir-se e<br />

não pos-suem senso de decência; e conhecem-se muitos casos de pelosidade dos seus<br />

corpos." 73<br />

---<br />

"O dr. Maudsley, depois de fornecer uma série de detalhes so-bre traços<br />

animalescos nos idiotas, indaga se eles não se deve-riam ao reaparecimento de instintos<br />

77

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