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assumiram que a seleção sexual não age tão fortemente sobre as fêmeas como sobre os<br />
machos; conseqüentemente, eles enfatizaram a competição macho-macho por fêmeas e a<br />
escolha de parceiro pela fêmea como os mecanismos de seleção. Os machos são os<br />
cortejadores; as fêmeas, "embora comparativamente passivas, geralmente exercem<br />
alguma escolha" ao aceitar um dos machos vitoriosos (Darwin eximiu os humanos desta<br />
última prática porque, como era claro aos seus contemporâneos vitorianos, os machos<br />
humanos propunham casamento). A noção de que os machos são competitivos e as<br />
fêmeas são tímidas foi tão persuasiva que por mais de vinte anos um grupo de<br />
ornitólogos procurou por "machos alfa" numa população de gaios em cativeiro,<br />
chegando ao ponto de estabelecer estações de forragem limitadas para inflamar a<br />
competição. Como veio a se revelar, contudo, os pássaros que lutam com garras e bicos<br />
em combate mortal nesse grupo são fêmeas.” 322<br />
É isso!<br />
Evolução e depressão<br />
Do ponto de vista evolutivo, que vantagens poderiam advir<br />
das doenças da mente, tais como a depressão, a melancolia, a<br />
tristeza, a neurose, a esquizofrenia, entre tantas outras?<br />
Natalie Angier, em “A Beleza da Fera” 324 , citando nomes<br />
muito populares, tais como: Lord Byron, Percy Bysshe Shelley,<br />
Herman Melvilie, Robert Schumann, Virginia Woolf, Sarnuel<br />
Taylor Coleridge, Ernest Hemingway, Robert Lowell, Theodore<br />
Roethke, acredita que a criatividade seria a resposta mais<br />
plausível evolutivamente falando. Escreve ela: “Seja qual for o<br />
campo de atividade, os indivíduos mais notavelmente criativos<br />
sofrem de neurose bipolar e depressão em taxas de dez a trinta vezes maior do que a que<br />
é encontrada na população em geral. E ainda que a criatividade seja um elemento<br />
essencial em muitas profissões, o elo entre criatividade e instabilidade mental é mais<br />
pronunciado nas artes do que em outros campos. Em uma pesquisa com 1.004 indivíduos<br />
da estatura de Aldous Huxley, Alexander Graham Beil, Alberi Einstein e Henri Matisse,<br />
os psiquiatras descobriram que os distúrbios mentais eram comparativamente mais<br />
comuns entre os artistas. Por exemplo, a taxa de alcoolismo foi de 60 por cento entre<br />
atores e 41 por cento entre romancistas, e de apenas 3 por cento entre pessoas das<br />
ciências físicas, e de 10 por cento entre oficiais militares. No caso da psicose maníacodepressiva,<br />
1 7 por cento dos atores e 13 por cento dos poetas sofriam da doença<br />
enquanto a incidência foi de menos de 1 por cento entre os cientistas, mais ou menos<br />
igual à taxa na população em geral.”<br />
No caso específico da psicose maníaco-depressiva, ela aponta as seguintes<br />
vantagens: “De uma perspectiva da evolução, o distúrbio maníaco deve ser considerado<br />
mais como uma característica do que como uma doença, uma variação genética sobre<br />
um tema de temperamento, que em tempos pré-históricos conferiu fortes vantagens<br />
àqueles que o herdavam. Pode-se apenas especular sobre a natureza de tais vantagens,<br />
mas genes cerebrais de maníacos-depressivos mostraram padrões distintos no<br />
metabolismo do córtex pré-frontal, a parte mais avançada do cérebro e sede do intelecto<br />
humano, indicando que as mudanças nas bases do pensamento ocorreram<br />
paralelamente às mudanças nos estados emocionais e físicos.”<br />
A Teoria da Evolução, semelhantemente à psicologia freudiana, tem sempre<br />
resposta para tudo. Nada há debaixo do céu que Darwin e Freud não possam explicar. Essa<br />
é uma das razões porque o darwinismo e o freudismo, para alguns especialistas, não<br />
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