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"energia audaz e persistente"; um resultado que ficou bem evidenciado ao comparar o<br />

progresso dos canadenses de extração inglesa e francesa; mas, quem pode dizer como é<br />

que os ingleses adquiriram a sua energia? Aparentemente existe muita verdade na<br />

opinião de que os maravilhosos progressos dos Estados Unidos e o caráter deste povo são<br />

o resultado da seleção natural; com efeito, os homens mais enérgicos, irrequietos e<br />

corajosos de todas as parte da Europa emigraram durante as últimas dez ou doze<br />

gerações para esse grande país e lá tiveram o melhor êxito."<br />

É isso!<br />

Influência do darwinismo na América Latina<br />

O impacto causado pelo surgimento do darwinismo na<br />

América Latina, especialmente na América do Sul, foi profundo e<br />

imediato. Por exemplo:<br />

NA ARGENTINA<br />

A primeira cópia do “A Origem das Espécies” chegou à<br />

Argentina um mês após sua publicação na Inglaterra, em 1859. A<br />

teoria do paleontólogo Florentino Ameghino de que o Homo<br />

sapiens teve sua origem nesta região do globo converteu-se num<br />

poderoso instrumento de política nacional, tornando o debate<br />

evolucionista em assunto do dia. O darwinismo social na Argentina, por sua vez, foi muito<br />

bem representado por José Ingenieros, o expoente máximo das teorias de Darwin<br />

aplicadas à sociedade. Segundo Ingenieros, as sociedades humanas evoluíram conforme as<br />

leis biológicas, estando condicionadas ao meio em que estavam inseridas, de onde<br />

extraíam sua subsistência. A luta pela vida era, via de regra, a norma pela qual norteavam<br />

os problemas sociológicos, em que os “mais aptos”, ou seja, a “raça superior” tenderia a<br />

prevalecer sobre as “raças degradadas.”<br />

NO PERU<br />

As teses darwinistas aplicadas à sociedade tiveram também forte impacto entre<br />

intelectuais e políticos peruanos, sendo corroboradas para justificar, por exemplo, a<br />

opressão que brancos e mestiços exerceram sobre os grupos indígenas, negros e chineses.<br />

Estas mesmas idéias fizeram parte de um planejamento para a eliminação progressiva das<br />

raças consideradas inferiores, mediante a introdução de imigrantes anglo-saxões, tidos<br />

como os mais evoluídos de todo o planeta. Por trás de tudo isso residia o conceito de<br />

“seleção natural”, que proclamava o triunfo dos mais fortes. Em 1891, durante um<br />

congresso em que se discutiam questões referentes à imigração, foi posto o seguinte juízo<br />

sobre os chineses: “fraco pela ignorância, pusilânime pelo tradicionalismo incásico e sem<br />

forças nem ânimo para recorrer com firmeza ao contínuo caminho do progresso.” E, sobre<br />

os hindus disse Clemente Palma em sua tese sobre “O futuro das raças no Peru”: “raça<br />

índia é uma ramificação degenerada e antiga do tronco étnico da qual surgiram todas as<br />

raças inferiores; tem todas as características de decadência e inércia para a vida civilizada.<br />

Sem caráter, dotada de uma vida mental quase nula, apática, sem aspirações, é inadaptável<br />

à educação...” (Palma: 1899, p. 15, in: “Reflexiones sobre el darwinismo social. Inmigración<br />

e colonización, mitos de los grupos modernizadores peruanos”, de Pilar García Jordán,<br />

Universidade de Barcelona.<br />

NO PARAGUAI<br />

A polêmica envolvendo as idéias de Charles Darwin no Paraguai foram bem<br />

semelhantes àquelas vivenciadas na Inglaterra por ocasião da publicação do livro “A<br />

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