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"A ideia de um Criador universal e benigno não parece que só surgiu na mente<br />

humana quando o homem se elevou mediante uma longa cultura. Quem acredita na<br />

procedência do homem de alguma for ma inferior organizada, naturalmente perguntará<br />

como é que isto tem relação com a crença da imortalidade da alma. Con forme J.<br />

Lubbock demonstrou, as raças humanas bárbaras não possuem uma ideia clara desse<br />

tipo, mas já viram que os argumentos deduzidos das crenças primitivas dos selvagens<br />

são de pouca ou nenhuma utilidade. Alguns indivíduos sentem-se inquietos diante da<br />

impossibilidade de determinar em que momento preciso do desenvolvimento do<br />

indivíduo, desde o primeiro vestígio e uma minúscula bexiga germinal, o homem se<br />

tornou um ente imortal; e haja visto que não deve haver nenhuma causa de maior<br />

ansiedade pelo fato de que não é possível determinar este momento na gradual ascensão<br />

da escala orgânica.<br />

Estou perfeitamente cônscio do fato de que as conclusões a que chegamos nesta<br />

obra serão denunciadas por alguém como sendo bastante irreverentes; mas essa pessoa<br />

deverá en tão demonstrar por que razão é um ato irreligioso explicar a origem do<br />

homem como espécie distinta mediante a derivação de alguma forma inferior, por meio<br />

das leis da variação e da seleção natural, do que explicar o nascimento do individuo<br />

através das leis da reprodução normal. O nascimento, tanto da espécie como do<br />

indivíduo, faz igualmente parte daquela grande sequência de eventos, que a nossa mente<br />

se recusa a considerar como consequências da cegueira do acaso. O intelecto se rebela<br />

diante de tal conclusão de que sejamos capazes ou menos capazes de crer que toda ligeira<br />

variação da estrutura — a união de todo casal, a disseminação de todo sêmen — e outros<br />

acontecimentos semelhantes tenham sido todos dispostos para qualquer fim particular”<br />

(p. 704-705).<br />

É isso!<br />

Os grandes suplícios de Darwin<br />

De todas as objeções à teoria de Charles Darwin, duas delas<br />

transformaram-se em verdadeiros suplícios para esse naturalista.<br />

Ambas, aliás, perpassando diretamente pelo seu rígido e estrito<br />

gradualismo. Embora confesse abertamente tais dificuldades, ele<br />

não olvida aplicar, ao seu próprio modo, muletas as quais ainda<br />

hoje arrastam ao mesmo suplício os fanáticos defensores da<br />

doutrina gradualista. Vamos aos suplícios:<br />

PRIMEIRO GRANDE SUPLÍCIO DE DARWIN: OS<br />

ÓRGÃOS COMPLEXOS<br />

“Se se chegasse a demonstrar que existe um órgão<br />

complexo que se não possa formar por uma série de numerosas<br />

modificações graduais e ligeiras, a minha teoria não poderia certamente defender-se.<br />

Mas não posso encontrar caso algum semelhante.”<br />

SEGUNDO GRANDE SUPLÍCIO DE DARWIN: OS FÓSSEIS INTERMEDIÁRIOS<br />

“A geologia não revela seguramente uma série orgânica bem graduada, e nisto é,<br />

talvez, que consiste a objeção mais séria que pode fazer-se à minha teoria. Creio que a<br />

explicação se encontra na extrema insuficiência dos documentos geológicos.” 198<br />

É isso!<br />

199

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