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esolver. Assim, forneceremos apenas o mais breve resumo do que parece pertinente à<br />

nossa linha de pensamento, entre as minhas assertivas e concepções discordantes. Uma<br />

dessas concepções despoja o problema da reprodução de sua fascinação misteriosa,<br />

representando-o como manifestação parcial do crescimento. (Cf. a multiplicação por<br />

fissão, brotação e gemiparidade). A origem da reprodução por células germinais<br />

sexualmente diferenciadas pode ser representada segundo sóbrias linhas darwinianas,<br />

imaginando-se que a vantagem da anfimixia, a que se chegou em determinada ocasião<br />

pela conjugação fortuita de dois protistas, foi retida e posteriormente explorada para<br />

desenvolvimento ulterior. Segundo essa concepção, o ‘sexo’ não seria nada de muito<br />

antigo e os instintos extraordinariamente violentos, cujo objetivo é ocasionar a união<br />

sexual, estariam repetindo algo que outrora ocorrera por acaso e desde então se<br />

estabelecera, por ser vantajoso” (p. 37).<br />

[...]<br />

"Em 1912 concordei com uma conjectura de Darwin, segundo a qual a forma<br />

primitiva da sociedade humana era uma horda governada despoticamente por um<br />

macho poderoso. Tentei demonstrar que os destinos dessa horda deixaram traços<br />

indestrutíveis na história da descendência humana e, especialmente, que o<br />

desenvolvimento do totemismo, que abrange em si os primórdios da religião, da<br />

moralidade e da organização social, está ligado ao assassinato do chefe pela violência e à<br />

transformação da horda paterna em uma comunidade de irmãos. Para dizer a verdade,<br />

isso constitui apenas uma hipótese, como tantas outras com que os arqueólogos se<br />

esforçam por iluminar as trevas dos tempos pré-históricos, uma ‘estória mais ou menos’,<br />

como foi divertidamente chamada por um crítico inglês sem maldade; porém essa<br />

hipótese para mim tem mérito se se mostrar capaz de trazer coerência e compreensão a<br />

um número cada vez maior de novas regiões” (p. 76).<br />

Em: “O ego e o ID”:<br />

“Se novamente voltamos os olhos para as diversas resistências à psicanálise antes<br />

enumeradas, evidencia-se que apenas uma sua minoria pertence ao tipo que<br />

habitualmente surge contra a maior parte de inovações científicas de qualquer<br />

importância considerável. A maioria delas se deve ao fato de que poderosos sentimentos<br />

humanos são feridos pelo tema geral da teoria. A teoria darwiniana de descendência<br />

defrontou-se com a mesma sorte, de vez que pôs<br />

abaixo a barreira arrogantemente erguida entre os homens e os animais. Chamei<br />

a atenção para essa analogia em um trabalho anterior, no qual demonstrava como a<br />

visão psicanalítica da relação do ego consciente com um inconsciente irresistível<br />

constituía um golpe severo para o amor-próprio humano. Descrevi-o como sendo o golpe<br />

psicológico ao narcisismo dos homens, e o comparei com o golpe biológico desfechado<br />

pela teoria da descendência e o golpe cosmológico, mais antigo, a ele dirigido pela<br />

descoberta de Copérnico” (p. 132).<br />

É isso!<br />

Poupe o Popper!<br />

O filósofo da ciência Karl Raimund Popper, muito<br />

conhecido pela sua defesa da falseabilidade como um critério da<br />

demarcação entre a ciência e a não-ciência, tratando<br />

especificamente do darwinismo, o denominou de “programa<br />

metafísico de pesquisa: “É metafísico por não ser suscetível de<br />

prova”, escreve em sua “Autobiografia Intelectual” (p. 180).<br />

Popper chega a igualar as conseqüências do darwinismo na<br />

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