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9 - Um balão de vidro de laboratório contendo uma simulação da atmosfera primitiva da<br />
Terra, no qual descargas elétricas produzem os tijolos construtores químicos das células<br />
vivas.<br />
É isso!<br />
Existe uma lei da evolução?<br />
O deslumbramento de boa parcela dos darwinistas pela<br />
Teoria da Evolução é de tal monta que muitos deles, vez ou outra,<br />
aventam a possibilidade de se conceder à teoria o pomposo status<br />
de Lei, como se os duvidosos enunciados evolutivos de Charles<br />
Darwin pudessem ser comparados, por exemplo, às bemalicerçadas<br />
bases da Lei Gravitacional, de Issac Newton. Em seu<br />
reconhecido livro "A Miséria do Historicismo" 205, o filósofo da<br />
ciência Karl Popper, trata da questão e dá as razões pelas quais essa vã pretensão<br />
darwinista não faz o menor sentido. Vejamos:<br />
"As doutrinas do historicismo que denominei “naturalísticas” têm muito em<br />
comum com as doutrinas antinaturalísticas. Exemplificativamente, elas estão sob a<br />
influência do pensamento holístico e nascem de inadequada interpretação atribuída ao<br />
papel dos métodos empregados pelas Ciências Naturais. Uma vez que as doutrinas<br />
representam esforço mal orientado de imitação desses métodos, elas podem ser descritas<br />
como doutrinas “cientísicas” (para adotar a terminologia de Hayek). São típicas do<br />
historicismo, exatamente como as doutrinas antinaturalísticas – mas talvez se revistam<br />
de importância maior. Mais especificamente, a crença de que compete às Ciências Sociais<br />
exibir, em toda sua nudez, a lei da evolução da sociedade, com o propósito de<br />
determinar-lhe o futuro (idéia já examinada nas seções 14 a 17, acima), poderia ser dada,<br />
possivelmente, como a doutrina historicista por excelência. Com efeito, essa concepção de<br />
uma sociedade que se move através de sucessivos períodos é a concepção que gera, de um<br />
lado, o contraste entre um mundo social em mutação e um mundo físico imutável; de<br />
outro lado, é a mesma concepção que gera a crença naturalística (e científica) em “leis<br />
naturais de sucessão” – crença que podia reclamar apoio das previsões a longo prazo,<br />
próprias da Astronomia, nos tempos de Comte e Mill, e reclamar apoio do darwinismo,<br />
em dias mais recentes. Na verdade, a voga do historicismo pode ser vista como simples<br />
reflexo da voga do evolucionismo – uma filosofia que deve sua influência, em grande<br />
parte, ao choque violento entre uma brilhante hipótese científica, relativa à história de<br />
várias espécies de animais e plantas que vivem na Terra, e uma antiga teoria metafísica<br />
que, por sinal, fazia parte de uma crença religiosa bem-estabelecida.<br />
A chamada hipótese evolutiva é uma explicação de numerosas observações<br />
biológicas e paleontológicas (e.g., de certas similaridades entre vários gêneros e várias<br />
espécies), feita com base no pressuposto de uma ancestralidade comum de formas<br />
relacionadas. Essa hipótese não tem o status de lei universal, embora algumas leis<br />
universais da natureza, como as leis de hereditariedade, segregação e mutação,<br />
acompanhem a hipótese, na explicação em que se traduz. A hipótese tem, melhor dizendo,<br />
o caráter de um enunciado histórico particular (singular, ou específico). (Tem, a rigor, o<br />
mesmo status do enunciado histórico “Charles Darwin e Francis Galton possuíam um<br />
mesmo ancestral” – ambos eram netos de uma dada pessoa.) O fato de a hipótese<br />
evolutiva não ser uma lei natural universal, mas um enunciado histórico particular (ou,<br />
mais precisamente, um enunciado histórico singular) acerca dos antepassados de vários<br />
animais e de várias plantas terrestres, vê-se freqüentemente obscurecido pelo fato de o<br />
termo “hipótese” ser usualmente utilizado para caracterizar o status de leis universais da<br />
natureza. Não olvidemos, porém, que o termo também é empregado, com freqüência, em<br />
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