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"Num capítulo anterior vimos que as capacidades mentais dos animais superiores<br />
não diferem em qualidade, embora sejam de grau muito diverso, das capacidades<br />
mentais dos homens, especialmente das raças inferiores e bárbaras; e parece que<br />
também o seu senso do belo não é muito diferente daquele dos quadrúmanos. Com efeito,<br />
os negros da África transformam o rosto com rugas paralelas "ou cicatrizes sobre a<br />
superfície natural, porque estas horrendas deformações são consideradas atrativos<br />
pessoais"; do mesmo modo como os negros e os selvagens de muitas partes do mundo<br />
pintam o rosto com sinais vermelhos, azuis e brancos, assim parece que o macho do<br />
mandril africano adquiriu o seu focinho rugoso e vivamente colorido a fim de se tornar<br />
atraente para a fêmea. Certamente parece-nos estranho que a parte traseira do corpo<br />
seja ainda mais colorida do que o focinho, com a finalidade precisa de servir de<br />
ornamento, mas, na realidade, isto não causa maior estranheza do que a decoração das<br />
caudas de muitos pássaros” (p. 625).<br />
[...]<br />
"O homem acumula riquezas e as transmite aos seus filhos, de modo que os filhos<br />
dos ricos levam vantagem sobre aqueles dos pobres na corrida para o êxito,<br />
independentemente da superioridade física ou mental.<br />
Por outro lado, os filhos de pais de vida breve e que portanto em média são<br />
privados de saúde e vigor, herdam as suas riquezas antes que os outros, provavelmente<br />
se casarão antes e farão com que um maior número de descendentes herde a sua fraca<br />
constituição.<br />
Mas, a hereditariedade da propriedade, em si mesma está muito longe de<br />
constituir um perigo; com efeito, sem acumulação de capital as artes não poderiam<br />
progredir e é sobretudo mediante o seu poder que as raças civilizadas estenderam e<br />
continuam estendendo por toda parte a sua ordem, de modo a assumir o lugar das raças<br />
inferiores. Nem mesmo uma moderada acumulação de riqueza interfere no processo de<br />
seleção" (p. 162).<br />
[...]<br />
"Quando um homem pobre se torna modestamente rico, os seus filhos se inserem<br />
no exercício de profissões onde há luta à farta, de modo que aquele que é hábil física e<br />
mentalmente tem melhor sucesso. A presença de um grupo de homens bem instruídos,<br />
que não devam lutar pelo seu pão cotidiano, reveste-se de uma tal importância que, seja<br />
como for, não pode ser subvalorizada enquanto todo trabalho intelectual elevado é por<br />
eles realizado, pois de tal depende sobretudo o progresso material de todo gênero, para<br />
não lembrarmos outras e mais elevadas vantagens.<br />
Sem dúvida, quando a riqueza é grande demais, a mesma tende a converter o<br />
homem num ocioso inútil, mas se trata de um número exíguo; e verifica-se um certo grau<br />
de eliminação, visto que vemos cotidianamente homens ricos, que são néscios ou<br />
dissolutos, esbanjar as suas riquezas” (p. 162).<br />
[...]<br />
"Quem tiver visto um selvagem em sua terra nativa não sentirá muita vergonha se<br />
for constrangido a reconhecer que em suas veias corre o sangue das mais humildes<br />
criaturas. Quanto a mim, quisera antes ter descendido daquela pequena e heróica<br />
macaquinha que desafiou o seu terrível inimigo para salvar a vida do próprio guarda;<br />
ou daquele velho babuíno que, descendo da montanha, levou embora triunfante um<br />
companheiro seu jovem, livrando-o de uma matilha de cães estupefatos, ao invés de<br />
descender de um selvagem que sente prazer em torturar os inimigos, que encara as<br />
mulheres corno escravas, que não conhece o pudor e que é atormentado por enormes<br />
superstições” (p. 712).<br />
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