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Darwin: um exercício de interpretação<br />
"Seja-me permitido dizer, como justificativa, que<br />
tinha em mente dois assuntos distintos: o primeiro, o de<br />
que as espécies não haviam sido criadas separadamente;<br />
e o segundo, o de que a seleção natural tinha sido o<br />
agente principal das mudanças, embora largamente<br />
coadjuvado pêlos efeitos hereditários dos hábitos e<br />
claramente pela ação direta das condições ambientais.<br />
Contudo, não tenho sido capaz de neutralizar a<br />
influência da minha primitiva opinião, então quase<br />
universal, de que cada espécie fora criada<br />
intencionalmente e isto levou ao tácito assentimento de que todo particular da estrutura,<br />
com exceção dos rudimentos, tivesse uma determinada utilidade, embora desconhecida.<br />
Todo aquele que assim pensasse, naturalmente poderia estender em muito a ação da<br />
seleção natural, tanto no passado como no presente. Alguns daqueles que admitem o<br />
princípio da evolução, mas rejeitam a seleção natural, ao tecerem críticas ao meu livro<br />
parecem esquecer que eu tinha pelo menos dois objetivos em mente. Com efeito, se me<br />
equivoquei ao atribuir à seleção natural uma excessiva importância, a qual hoje estou<br />
bem longe de admitir, ou se lhe exagerei o poder que em si mesmo é provável, pelo menos<br />
espero ter prestado um bom serviço, ajudando a pôr por terra o dogma das criações<br />
separadas." Enxerto extraído do livro de Charles Darwin, intitulado "A Origem do Homem<br />
e a Seleção Sexual", tradução portuguesa publicada pela Hemus Editora em 1974, página<br />
76.<br />
Vamos à interpretação:<br />
"Seja-me permitido dizer, como justificativa, que tinha em mente dois assuntos<br />
distintos:" Note-se que Darwin admite abertamente que, ao escrever seu livro "A Origem<br />
das Espécies" (ele está se referindo a essa sua obra), TINHA EM MENTE DOIS<br />
ASSUNTOS DISTINTOS, a saber:<br />
1 - "o primeiro, o de que as espécies não haviam sido criadas separadamente";<br />
2 - e o segundo, o de que a seleção natural tinha sido o agente principal das mudanças...<br />
Agora vejam só a confissão do homem que "teve a idéia mais brilhante do mundo":<br />
3 - "Alguns daqueles que admitem o princípio da evolução, mas rejeitam a seleção<br />
natural, ao tecerem críticas ao meu livro parecem esquecer que eu tinha pelo menos dois<br />
objetivos em mente."<br />
E conclui discorrendo acerca dos motivos que o teria levado a escrever o "A Origem<br />
das Espécies":<br />
4 - "Com efeito, se me equivoquei ao atribuir à seleção natural uma excessiva<br />
importância, a qual hoje estou bem longe de admitir, ou se lhe exagerei o poder que em si<br />
mesmo é provável, pelo menos espero ter prestado um bom serviço, ajudando a pôr por<br />
terra o dogma das criações separadas."<br />
É claro! Se para um bom entendedor meio palavra basta, para um bom darwinista<br />
um texto inteiro não diz nada. ((rs))<br />
Ou seja, nesse texto Darwin deixa mais que explícito que os motivos que o conduziu<br />
a escrever seu livro mais famoso não foi propriamente (como os "seus meninos" imaginam)<br />
científico, mas... ideológico. É isso mesmo: ideológico! Disto resulta: Criacionismo<br />
Religioso vs Naturalismo Filosófico.<br />
Resumindo: Darwin TINHA EM MENTE o objetivo de "pôr por terra o dogma das<br />
criações separadas.”<br />
Interessante! ((rs))<br />
É isso!<br />
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