16.04.2013 Views

Download - eBooksBrasil

Download - eBooksBrasil

Download - eBooksBrasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

discutir seu argumento. Paley foi enterrado juntamente com a astronomia centrali-zada<br />

na Terra e a teoria do flogístico — outro derrotado na luta da ciência para explicar o<br />

mundo.<br />

Mas exatamente em que ponto, poderíamos perguntar, Paley foi refuta-do? Quem<br />

rebateu seu argumento? De que maneira foi produzido o relógio, sem um planejador<br />

inteligente? É surpreendente, mas verdadeiro, que o principal argumento do<br />

desacreditado Paley nunca foi refutado de fato. Nem Darwin nem Dawkins, nem a<br />

ciência nem a filosofia explicaram como um sistema irredutivelmente complexo como um<br />

relógio poderia ser produzido sem um planejador. Em vez disso, o argumento de Paley<br />

foi desviado do alvo por ataques a seus exemplos mal escolhidos e por discussões<br />

teológicas despropositadas. Paley, é claro, merece censura por não ter ordenado seu<br />

ponto de vista com maior precisão. Mas muitos de seus detratores também são<br />

censuráveis por se recusarem a discutir seu argumento principal, bancando os bobos<br />

para chegar a uma conclusão que lhes fosse mais aceitável.”<br />

E conclui Behe:<br />

"Pobre Paley. Seus adversários modernos sentem-se justificados em supor pontos<br />

de partida imensamente complexos (como um relógio ou uma retina), se pensam que<br />

podem explicar um melhoramento simples (tal como a tampa do relógio ou a curvatura<br />

do olho). Nenhum outro argumento é apresentado, nenhuma explicação é dada da<br />

complexidade real, da complexidade irredutível. E afirmam que a refutação dos exageros<br />

de Paley é uma refutação de seu principal argumento, mesmo aqueles que sabem que não<br />

é bem assim.”<br />

É isso!<br />

Stephen Jay Gould e a Sociobiologia<br />

O grande escritor e darwinista Stephen Jay Gould foi um crítico<br />

contumaz das especulações genéticas exploradas pelos antigos<br />

sociobiologistas, os quais, ridiculamente tentavam (e ainda<br />

tentam através da chamada Psicologia Evolucionista) atribuir aos<br />

genes à responsabilidade por comportamentos humanos<br />

específicos, como o suicídio, a opção sexual, o altruísmo etc.<br />

Sobre isso, discorreu Gould, em seu belíssimo livro “A Falsa<br />

Medida do Homem”: "A maior parte dos biólogos concorda<br />

comigo quando nego a existência de uma base genética para a<br />

maior parte das diferenças de comportamento entre os grupos humanos e para a<br />

mudança na complexidade das sociedades humanas no curso da história recente de<br />

nossa espécie. Mas o que dizer das supostas constâncias de personalidade e<br />

comportamento, das características mentais compartilhadas pêlos seres humanos de<br />

todas as culturas? O que dizer, em suma, de uma "natureza humana" geral?<br />

Alguns biólogos estão dispostos a atribuir aos processos darwinianos um papel<br />

fundamental não apenas no aparecimento, num passado remoto, mas também na<br />

manutenção de um conjunto de comportamentos adaptativos específicos que constituem<br />

uma "natureza humana" biologicamente condicionada. Creio que os argumentos dessa<br />

velha tradição — que encontrou sua mais recente expressão na "sociobiologia humana" —<br />

é incorreta, não porque a biologia não tenha nada a dizer, nem porque o comportamento<br />

humano só refuta uma cultura desencarnada, mas porque a biologia humana sugere que<br />

a genética desempenha um papel distinto e menos determinante na análise da natureza<br />

humana.” 359<br />

É isso!<br />

308

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!